Luciano Bonilha Leão, Marcelo de Jesus dos Santos foram condenados a 18 anos de prisão, Mauro Hoffman recebeu a sentença de 19 anos e seis meses, e, Elissandro Spohr foi condenado a 22 anos de reclusão, no 10º dia do júri, pelas mortes de 242 pessoas e tentativas de homicídio de outras 636, no incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, em janeiro de 2013.
Porém, Faccini Neto recebeu a comunicação de que o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul concedeu um habeas corpus preventivo em favor de um dos réus, o que fez suspender a execução da pena dos quatro.
Elissandro, proprietário da boate Kiss, foi ouvido na quarta-feira (8), ele respondeu às perguntas do juiz Orlando Faccini a partir das 18h, sendo interrompida às 1h30 após ele entrar em desespero e chorar. “Eu não quis isso, eu não escolhi isso. Eu não aguento mais. Eu aprendi a chorar em silêncio dentro de uma cadeia. Por que isso foi acontecer na Kiss? Era uma boate boa, todo mundo era amigo. Eu virei um monstro de um dia para o outro. Eu tava lá”, gritou.
O primeiro a ser ouvido ontem (9), foi Luciano Bonilha, ele é o responsável por adquirir o artefato pirotécnico que deu início ao fogo na boate. Ele disse que estava com a consciência tranquila. “Não foi meu ato que tirou a vida desses jovens. Se for pra tirar a dor dos pais, eu tô pronto, me condenem”, disse.
Já o segundo a ser ouvido, Mauro Hoffman, disse que nunca se intitulou ‘dono’ da boate e sequer tinha as chaves do local. Ele contou ter pago R$ 200 mil à vista e seis parcelas de R$ 50 mil pela entrada na sociedade. Quando adquiriu parte da boate, ele não sabia que o local era alvo do MP por conta do som alto. Foi quando ele tentou sair da sociedade, mas acabou ficando. Ele conta que foi avisado por Elissandro sobre o incêndio e quando chegou o lugar já estava tumultuado pelas pessoas no desespero.
Já o vocalista, Marcelo de Jesus, responsável por erguer o artefato pirotécnico, adquirido por Luciano, que começou o incêndio ao tocar na espuma que revestia a boate, disse que era comum o uso do objeto em shows. “Tive uma chance só de apagar o fogo e a chance que eu tive eu não consegui. O extintor não funcionou. Entrei em desespero de cima do palco, não sabia o que fazer”, relatou, emocionado. Ele desmaiou e foi retirado da boate por seu irmão, Márcio.