O relatório da CPI das Bets, que será apresentado na manhã desta terça-feira (10/6), diz que a cláusula do contrato da influenciadora Virginia Fonseca com a Esporte da Sorte “estabelece que os ganhos da influenciadora estão atrelados às perdas incorridas por seus seguidores”.
“Em outros termos, a influenciadora ganharia 30% do lucro líquido gerado para a Bet a partir das apostas realizadas por meio do link por ela disponibilizado em seu perfil da rede social. Ora, isso nada mais é do que a outra face da moeda das perdas dos apostadores”, afirma o documento.
“As apostas são um jogo de soma zero, ela não ‘produzem dinheiro’: se a banca ganha, evidentemente o apostador perde. Portanto, eufemismos à parte, chamemos as coisas pelo seu nome: essa cláusula estabelece que os ganhos da influenciadora estão atrelados às perdas incorridas por seus seguidores”, diz o relatório.
No caso de Virginia Fonseca, o relatório da CPI pede o indiciamento pelos crimes de propaganda enganosa e estelionato.
Segundo o relatório da CPI, ficou claro durante o depoimento de Virginia Fonseca que as “apostas” feitas e divulgadas pela influenciadora nas redes sociais “não eram reais”. O documento diz que Virginia Fonseca cometeu propaganda enganosa e induziu a erro milhões de seguidores.
“Além disso, ao induzir em erro seus milhões de seguidores – que acreditaram que suas “apostas” eram reais –, e obter vantagem indevida – em razão das apostas realizadas por parte desses seguidores, que renderam milhões a ela e às Bets que representou –, há indícios de que Virgínia tenha cometido o crime de estelionato”.
Além de Virginia Fonseca, o relatório da CPI das Bets sugere o indiciamento de outras 15 pessoas, incluindo a influenciadora Deolane Bezerra.
O documento ainda será votado. Se aprovado, será encaminhado ao Ministério Público para apuração e responsabilização penal.
Fonte: Metrópoles