Manaus/AM – O advogado e ex-candidato à Prefeitura de Coari, Raione Cabral Queiroz, foi preso em Manaus por suspeita de tentativa de estupro contra uma jovem de 20 anos, que o procurou como defensor após a prisão do marido. O crime teria ocorrido em agosto de 2024. A prisão preventiva foi determinada pela Justiça do Amazonas e cumprida com um mandado de busca e apreensão na residência do investigado.
A prisão ocorre após uma série de episódios polêmicos envolvendo o advogado nas eleições municipais de 2024. Raione ganhou destaque ao ser flagrado jogando dinheiro para apoiadores em uma praça de Coari, o que levantou suspeitas de compra de votos.
Na época, Zé Real, um repórter envolvido no caso, afirmou ter se infiltrado na campanha do então candidato Adail Pinheiro (Republicanos) com o objetivo de desmascarar práticas de compra de votos. Segundo ele, o dinheiro jogado à população teria sido repassado por Adail em troca de apoio político. Raione Cabral, que havia desistido da disputa pela prefeitura duas semanas antes, declarou que o valor representava o que foi “roubado do povo de Coari” e acusou o adversário de tentar “comprar a dignidade” do jornalista. Ambos alegaram que a ação foi simbólica, mas a Justiça Eleitoral chegou a determinar a prisão preventiva de Raione por descumprimento de medidas cautelares impostas após sua soltura em audiência de custódia.
Mesmo tendo anunciado apoio ao candidato Harben Avelar (PMB), sua desistência formal da corrida eleitoral nunca foi registrada na Justiça Eleitoral, gerando impasses jurídicos. Durante esse período, Raione também se envolveu em embates com o Judiciário, chegando a ofender publicamente o juiz Caio Borges, relator do processo que validou a candidatura de Adail Pinheiro. Ele afirmou que o magistrado “envergonhava a Justiça do Amazonas”, o que levou à sua detenção por ordem do TRE-AM.
Raione foi um dos nomes mais ativos nas denúncias contra o grupo político que hoje comanda Coari, especialmente contra o atual prefeito Adail Pinheiro, cuja candidatura ele tentou barrar por inelegibilidade.
Aliados políticos de Raione temem que os desdobramentos do caso sirvam como uma forma de neutralizar as denúncias que ele vinha fazendo contra figuras influentes da administração municipal. O caso, entretanto, segue em investigação.
