Eleito neste sábado (1º) com 73 dos 81 votos dos senadores, Davi Alcolumbre (União-AP) vai comandar o Senado Federal pelos próximos dois anos. Esta será a segunda vez do parlamentar amapaense à frente da Casa do Legislativo e do Congresso Nacional.
Alcolumbre chega ao comando do Senado em uma aliança que envolveu o apoio de sete partidos, incluindo o PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele disputou a cadeira com os senadores Marcos Pontes (PL-SP), que concorreu de forma independente, e Eduardo Girão (Novo-CE). Os dois receberam quatro votos cada.
“Esse amplo apoio demonstra que o Senado está unido e sabe a direção na
qual pretende caminhar. Esta presidência, que não é apenas do Senado, mas também do Congresso Nacional, inicia, portanto, com a força somada das senadoras e senadores que apoiaram este projeto e que serão parte desta construção política e institucional”, disse Alcolumbre.
Nascido em 19 de junho de 1977, David Samuel Alcolumbre Tobelem é natural de Macapá, capital do Amapá. Atualmente, o político está em seu segundo mandato como senador.
Ele exerceu seu primeiro cargo político em 2001, como vereador da capital amapaense, aos 24 anos. Na época, era filiado ao PDT. Em 2002, foi eleito deputado federal, permanecendo na casa por três mandatos consecutivos.
Já em 2006, migrou para o PFL, que posteriormente passou a se chamar Democratas e hoje é o União Brasil. O amapaense chegou a se afastar do seu mandato em 2009, quando assumiu a Secretaria de Obras e Serviços Públicos de Macapá.
Em 2014, foi eleito para o Senado pela primeira vez, com 131 mil votos. Quatro anos mais tarde, tentou ser governador do Amapá, mas acabou o primeiro turno na terceira posição, com 23,75% dos votos válidos. Na eleição de 2022, Alcolumbre foi reeleito senador, com o apoio de 196 mil eleitores.
Na sua primeira passagem pela presidência do Senado, entre 2019 e 2021, Alcolumbre foi responsável por colocar em votação pautas econômicas como a reforma da Previdência e autonomia do Banco Central. Ambos os projetos contavam com o apoio do então presidente Jair Bolsonaro.
Apesar disso, o senador virou alvo de críticas por parte dos parlamentares de direita depois de engavetar os pedidos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2021, foi criticado por adiar a sabatina de André Mendonça, indicado por Bolsonaro para o STF.
Já no governo Lula e fora da presidência do Senado, Alcolumbre manteve sua influência ao comandar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O senador é o padrinho político do ministro Waldez Goes no Ministério da Integração e Desenvolvimento e no ano passado foi consultado por Lula sobre as indicações para 17 agências reguladoras.
De volta ao comando do Senado, Alcolumbre disse que um dos seus primeiros compromissos como presidente da Casa será o de defender as prerrogativas dos senadores. “Um compromisso com a proteção das garantias e prerrogativas de senadoras e senadores e com a preservação da independência do Senado Federal”, disse.