Dados da caixa preta do Boeing 737-800 da China Eastern, que caiu em março, matando 132 pessoas, mostram que alguém no cockpit derrubou intencionalmente o jato. As informações obtidas pelo Wall Street Journal revelam que alguém controlou o avião para a descida mortal, saindo de 8.870 metros para 983 metros em apenas três minutos. A aeronave caiu em uma posição quase vertical, chocando-se contra uma montanha em uma velocidade extrema.
Invasão na cabine é investigada
De acordo com as informações da caixa preta, alguém no cockpit inseriu dados que fizeram o avião mergulhar, ou seja, a investigação agora mudou o foco para os pilotos, acrescentando que alguém no avião poderia ter invadido a cabine e o derrubado deliberadamente, ou seja, pode ter sido um ataque terrorista ou algo do gênero.
O relatório preliminar da investigação chinesa sobre a queda, divulgado em abril, aponta que os pilotos deixaram de responder aos controladores de voo logo após a primeira perda de altitude. O documento também não apontou falhas no Boeing 737-800.
Inclusive, no dia do acidente, muitos internautas desconfiaram da queda e expressaram suas opiniões no Twitter, alegando que parecia uma ‘queda intencional’.
O acidente
O avião, com 132 pessoas a bordo, caiu no dia 21 de março perto da cidade de Wuzhou, na região de Guangxi, no sul da China. A aeronave fazia um voo entre as cidades de Kunming para Guangzhou. Todos os passageiros e tripulantes morreram.
O caso impressionou pela dinâmica da queda, na vertical e em poucos minutos. Câmeras de segurança de uma empresa próxima ao local mostraram como o avião despencou rapidamente, totalmente apontado para o chão.
“O radar de controle de área de Guangzhou mostrou um aviso de ‘desvio’ de altitude de comando, a aeronave deixou a altitude de cruzeiro, o controlador chamou a tripulação imediatamente, mas não recebeu resposta”, aponta o relatório.
Em março, dias após a queda, o chefe do centro de investigação de acidentes da Administração de Aviação Civil da China (CAAC, da sigla em inglês), Mao Yanfeng, disse em entrevista coletiva que os controladores mantiveram contato com o avião durante todo o percurso até a primeira queda de altitude.
O relatório preliminar, que foi divulgado pela CAAC, não apontou nenhuma possível causa para esse tipo de queda, o que gerou críticas por parte de especialistas.
O relatório é um documento obrigatório que o país de origem da companhia aérea deve apresentar até 30 dias após a queda. Nas conclusões preliminares, a CAAC afirma também que as caixas pretas ainda estão muito danificadas, o que dificulta as investigações.
Via: G1