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Prefeitura de Manaus gasta mais de R$ 57 milhões com estruturas improvisadas e aluguéis de escolas em 2024

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Sob a direção de David Almeida (Avante), a Prefeitura de Manaus vem gastando milhões dos cofres públicos alugando prédios e estruturas improvisadas es escolas da rede municipal da ensino, ao invés de construir instituições planejadas e com a estrutura necessária para atender à população. A informação é do Radar Amazônico.

Segundo um levantamento realizado nesta semana, mostra que a Secretaria Municipal de Educação (Semed), comandada por Dulcinéia Almeida, irmã do prefeito, já gastou mais de R$ 57,8 milhões com as locações somente neste ano.

A lista contém 23 contratos para locação de prédios e galpões com valores que variam de R$ 600 mil a R$ 7,3 milhões. A maioria desses aluguéis possui duração de 60 meses, ou seja, de cinco anos.

Uma das primeiras estruturas alugadas este ano pertence à Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Amazonas (IEADAM), a mesma instituição religiosa que declarou publicamente apoiar a reeleição de David Almeida nas eleições municipais. A igreja alugou um prédio localizado na avenida André Araújo por mais de R$ 3,06 milhões.

Locais inadequados

Algumas estruturas foram visitadas e identificado que vários desses prédios não foram planejados para serem escolas. Muitos não possuem estacionamento nem espaço necessário para a prática de esportes ou atividades ao ar livre.

No entorno de algumas escolas, foi flagrado desde calçadas quebradas e bueiros sem tampa até estruturas visivelmente improvisadas, como o CMEI Mariete Carneiro, localizado na rua Hibisco (antiga Pista da Raquete), que está localizado bem ao lado de uma loja de construção. Para chegar até lá, as crianças precisam dividir a calçada com tijolos e outros materiais pesados.

Alugar ou construir?

O dinheiro usado pela Semed para alugar essas estruturas poderia ser aplicado na construção de ao menos nove escolas com 12 salas de aula e com capacidade para atender até 780 alunos, levando em consideração o projeto padrão disponibilizado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e que inclui laboratórios, auditório, biblioteca e quadra poliesportiva coberta pelo custo médio estimado de R$ 6 milhões.

A nível de comparação, em julho deste ano o Governo do Amazonas inaugurou uma escola referência em sustentabiliadde na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, em São Sebastião do Uatumã (a 247 quilômetros de Manaus). A unidade de ensino custou aproximadamente R$ 5 milhões e possui estrutura completa com capacidade para 200 alunos, sendo 100 no período integral e os outros 100 no período noturno.

Vale ressaltar que esses gastos milionários da gestão de David Almeida com aluguel de prédios são constantemente alvo de críticas e até investigações. Recentemente o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) fez um vídeo usando uma das matérias do site que mostrou o aluguel de uma estrutura no bairro Parque Dez de Novembro por mais de R$ 2 milhões.

“Peraí, aluguel? Dois milhões? Tá de sacanagem, né? Com esse mesmo valor você consegue comprar uma cobertura com vista pro Rio Negro e ainda sobre meio milhão de reais, a conta não fecha”, criticou o parlamentar.

Em junho deste ano, a Câmara Municipal de Manaus (CMM) aprovou um requerimento do vereador William Alemão (Cidadania) exigindo explicações da pasta de educação municipal sobre os gastos de R$ 4 milhões com aluguel de dois prédios para escolas na zona rural da cidade.

“O aluguel de um dos imóveis é de R$ 2,8 milhões e o outro é de R$ 1,2 milhões, os dois juntos custam R$ 4 milhões aos cofres públicos, por isso estamos solicitando informações para fiscalizar estes contratos, por entendermos que deve haver transparência neste processo”, disse o vereador.

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