O prefeito de Manaus, David Almeida, apresentou, nesta sexta-feira, 22/12, na Polícia Federal (PF), uma denúncia contra a distribuição de um áudio criminoso com informações caluniosas, que começou a ser compartilhado em grupos de WhatsApp nesta quinta-feira, 21/12.
Segundo o chefe do Executivo municipal, isso é um fato novo que entra no ingrediente político com relação à inteligência artificial. Ele afirmou ainda que jamais faria um ataque a professores, profissionais que merecem admiração e respeito.
“Tentam colocar como se eu estivesse falando para os professores. Todo mundo sabe da minha ligação com os professores e agora tivemos um problema com relação ao repasse do abono, em função da queda das receitas do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). E exatamente aproveitando essa questão, aparece essa fala para me colocar em rota de colisão com os professores a quem eu tenho total respeito. Inclusive, fui eu quem iniciou o pagamento do abono aos professores quando fui governador interino em 2017. Então, pelo respeito e admiração que eu tenho aos professores, nós estamos aqui para esclarecer, identificar e punir os autores desse crime”, afirmou o prefeito.
De acordo com as investigações iniciais realizadas pela perícia da Polícia Federal no Amazonas, foi constatado que o áudio se trata de uma montagem, com possíveis recursos de Inteligência Artificial, contendo fragmentos de outros tipos de áudios, além de simulações.
“Já de forma bem célere, avaliamos o arquivo que foi apresentado e a gente pôde constatar que são simulações. Iremos nos aprofundar nas análises até a origem desse áudio, mas podemos afirmar de forma bem categórica que se trata de uma montagem, inclusive utilizando-se de outros áudios que já circulam na internet para poder fazer essas simulações”, pontuou o perito Cleiton Lopes.
O perito informou ainda que, por meio das investigações, será possível chegar ao dispositivo de onde foi gerado o áudio. “Inclusive, é possível fazer esse rastreio. Tudo isso que acontece na internet deixa esse mapeamento, deixa esses endereços e a gente consegue fazer esse rastreamento até a origem”, completou.
O superintendente da PF no Amazonas, Umberto Ramos, destacou ainda, que a investigação vai buscar identificar e punir todos os responsáveis pelo crime, e que com o ocorrido, o objetivo é descontinuar esse tipo de iniciativa, deixando claro que não existe anonimato na internet.
“Nosso objetivo é que com essa ação a gente promova uma medida para descontinuar esse tipo de iniciativa, deixando claro que não existe anonimato na internet e deixando claro que qualquer tipo de montagem, Fake News, utilização de inteligência artificial de maneira indevida com o objetivo eleitoral, será investigado e os seus autores serão identificados e punidos”, ressaltou.