O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, declarou que o governo irá reembolsar os aposentados que foram roubados no esquema dos descontos criminosos até o final do ano, mas até o momento não se sabe de onde sairá o dinheiro.
O governo ainda define como vai remanejar o orçamento para reembolsar as vítimas. Mas a tendência é que os pagamentos comecem em no máximo três semanas. A União tem pressa para tentar aliviar a crise.
O plano é pagar beneficiários que apresentaram denúncias. O governo espera cobrir o que for gasto com o valor dos bens dos investigados. Há pedido na Justiça para a venda dos bens que, somados, passam de R$ 2 bilhões.
“Não conseguindo, o governo adianta e depois pode vir fazer o pedido para que esse valor retorne aos cofres públicos’, diz o Gilberto Waller Júnior, presidente do INSS
O Ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, presidiu pela primeira vez a reunião do Conselho Nacional de Previdência Social. Ele desconversou sobre a possibilidade de usar dinheiro público para ressarcir aposentados.
Fraude em fichas cadastrais
Documentos mostram que a divisão de consignação em benefícios do INSS suspeitou de fichas cadastrais de aposentados pela Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB). Todas tinham um mesmo código, o correto seria um número diferente para cada uma. A divisão pediu para a ABCB explicasse o processo de associação por meios digitais.
Antes da associação responder, o então coordenador de pagamentos da diretoria de benefícios, Jucimar Fonseca da Silva, disse que a avaliação era desnecessária e que o que interessava ao INSS era a simples existência das fichas de filiação.
O parecer foi aprovado no mesmo dia por André Fidelis, então Diretor de Benefícios do INSS. Jucimar, André e o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foram afastados do órgão após o escândalo vir à tona.
A investigação da Polícia Federal apontou ameaças a funcionários para liberação de descontos. E também suspeita de pagamento de propina para cúpula. Mais de R$ 2 milhões de aposentados já entraram com pedidos de reembolso por conta dos descontos ilegais.