BRASÍLIA – Em pronunciamento nesta terça-feira (6), o senador Plínio Valério (PSDB-AM) voltou a defender a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as Organizações Não Governamentais (ONGs) que atuam na Amazônia. A CPI tem como objetivo investigar as ilegalidades nas ONGs presentes na região, principalmente em áreas de interesse nacional e de riquezas minerais, como em Alto Rio Negro, onde está 90% de toda reserva mundial de nióbio do planeta.
O senador argumenta que foi traçada uma pirâmide das ONGs que atuam no Amazonas. O levantamento mostra que são 372 organizações não governamentais na região do Alto Rio Negro. No “topo da pirâmide” que financia as ONGs aparecem a Embaixada da Noruega e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, que tem a função de assegurar o desenvolvimento econômico e social sustentável e igualitário.
“O Fundo Amazônia é a peça central dessa trama. É através do Fundo Amazônia que se dá dinheiro para essa gente, para essas ONGs fazerem esse desserviço ao país. E você brasileiro, você brasileira, é que têm que entender o mal que esse pessoal nos faz”, lamentou Plínio.
Plinio ainda leu alguns trechos da carta que recebeu dos indígenas da etnia Baniwa, da Comunidade Castelo Branco, no município de São Gabriel da Cachoeira, no estado do Amazonas, criticando a atuação de ONGs na região.
Na carta, os indígenas relatam que querem explorar os recursos minerais e naturais, mas são impedidos pelas ONGs da região. “Aponte-me, Senador, qual foi o país que cresceu, que progrediu, produzindo artesanato. Só querem que nós vivamos das folhas que caem, do fruto que cai. Nós queremos poder contribuir para o desenvolvimento do país”, diz um trecho da carta lida pelo senador.
“Os índios querem isso, mas as ONGs não deixam”, afirmou Plínio Valério aos senadores, acrescentando que tem garantido por meio de emendas parlamentares apoio para as comunidades do Amazonas, como barcos, caminhonetes e uma UBS Fluvial. “A etnia tenharim, em Humaitá, foi beneficiada, com a emenda que a gente fez, com 19 barcos de alumínio com aquele motor que a gente chama de rabeta para colher castanha, melancia. Antes eles faziam em canoas de madeira e no remo. Imaginem só: 12 horas para chegar do roçado. Agora, estão levando duas, três horas. São esses índios que precisam de ajuda. Em Atalaia do Norte, a gente acaba de entregar uma UBS flutuante para atender 47 comunidades, inclusive comunidades indígenas dos marubos”, relatou.
Ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Plínio Valério questionou quando a CPI de sua autoria será instalada. O presidente, por sua vez, disse que o requerimento para instalação da CPI já foi lido e que falta apenas a indicação dos nomes dos senadores que farão parte da Comissão pelas lideranças partidárias. “Me comprometo em apoiá-lo na instalação dessa CPI. Se não nesta Legislatura, caso não haja mais tempo, no início da Legislatura [do ano que vem] terá todo o nosso apoio”, disse Pacheco.
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