Manaus – Observadores apontam similaridade nas identidades visuais da Prefeitura de Manaus com o Ministério Jovem da Associação Central Amazonas (Aceam), da Igreja Adventista do Sétimo Dia e aponta indícios do ‘puxadinho’ da Igreja dentro da Prefeitura, supostamente iniciado em 2021, durante primeiro ano de mandato do prefeito David Almeida na gestão municipal, com a definição da logomarca e cores da identidade visual da gestão. Na tentativa de alcançar impacto positivo abusando das cores, contratos com aquisição de tintas já acumulam, pelo menos, R$ 60 milhões.
Historicamente, a logomarca da Prefeitura de Manaus, definida por um Brasão, escudo da cidade, foi utilizado pela primeira vez em 1906 e resgatado em 1991 pelo então Prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto. Em 2004, 16 anos depois, o Prefeito Serafim Correa voltou a utilizar o brasão da cidade. Na gestão Amazonino, o brasão foi novamente resgatado, sendo incluído na identidade visual da gestão.
No entanto, o atual prefeito de Manaus optou por apagar o protagonismo e a história do brasão, abusando das cores na busca de imprimir identidade à sua gestão. Contudo, comparando com a logomarca da Aceam, Associação da Igreja na qual David faz parte, há quem veja similaridade em relação ao uso de tantas cores: lilás, verde, laranja, amarelo e dois tons de azul, com execção do vermelho, que só é presente na criação da Igreja. O indício aponta na particularidade o início do ‘puxadinho’ da Igreja Adventista dentro da Prefeitura de Manaus.
Na tentativa de alcançar um impacto positivo, a atual gestão pintou não somente a identidade visual, mas também toda a cidade. E, em se tratando de utilizar tinta para colorir a cidade, o prefeito David Almeida não economizou. Não é à toa que recentemente os contratos com aquisição de tintas já acumulam, pelo menos, R$ 60 milhões, segundo dados disponíveis e documentos oficiais da Prefeitura de Manaus, seja do Portal da Transparência, ou do Diário Oficial do Município.
Em 2023, os contratos firmados com as empresas P1 Construtora Ltda. e PHX Construtora acumulavam R$ 42 milhões.
Neste ano, no mês de fevereiro, a gestão de David Almeida publicou um aditivo de R$ 18 milhões com a P1 Construtora, “referente à prestação de serviços de pintura de artes especiais e pintura predial, com fornecimento de mão de obra e material para manutenção e revitalização das unidades escolares da Secretaria Municipal de Educação (Semed)”, consta no contrato de 2º Termo Aditivo do Contrato.
Chama atenção que – por causa da legislação eleitoral – a gestão David Almeida tenha que apagar os “famosos” mosaicos que fazem referência a atual administração. O trabalho representa um retrabalho e um aumento de gastos que podia (ou, pelos manos, deveria) ser previsto pela gestão do prefeito.
O Grupo Diário de Comunicação pediu esclarecimentos da Prefeitura de Manaus e da Igreja Adventista do Sétimo Dia sobre o assunto em questão mas até o fechamento desta matéria não obtivemos retorno.