A Polícia Federal indiciou nesta segunda-feira (3/6) o empresário Roberto Mantovani, a mulher dele, Renata Munarão, e o genro do casal, Alex Zanatta, pelo episódio com supostas ofensas ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, e sua família no aeroporto de Roma, em julho de 2023. A PF atribuiu aos três o crime de calúnia, com o agravante de ter sido cometida contra funcionário público, em razão de suas funções.
O relatório assinado pelo delegado Thiago Severo de Rezende representa uma mudança na conclusão da PF sobre o indiciamento dos três. Em fevereiro de 2024, o delegado Hiroshi de Araújo Sakaki, então à frente do caso, concluiu que houve “injúria real” contra o filho de Moraes, mas não indiciou a família em razão de uma instrução normativa que proíbe a medida em caso de crimes de menor potencial ofensivo, como a injúria.
Em novo relatório apresentado ao STF nesta segunda, o delegado Rezende afirmou que, embora não houvesse áudio nas imagens das câmeras de segurança do aeroporto, a versão dada nos depoimentos de Alexandre de Moraes e sua família “é, sem sombra de dúvidas, aquela que deva prevalecer”.
A narrativa de Roberto, Andreia e Alex para o entrevero no aeroporto italiano, segundo o delegado, não é condizente com as imagens – mesmo que sem som.
“Não se entende razoável que a uma versão inverossímil e, em alguns pontos comprovadamente mentirosa, possa servir de razão para o afastamento de outra que, por tudo acima exposto, se apresenta como totalmente coerente e apoiada nos demais meios de prova”, escreveu o delegado.
Após a apresentação do relatório, o caso será enviado à Procuradoria-Geral da República, à qual caberá decidir se apresenta ou não denúncia contra os indiciados. O relator do inquérito no STF é o ministro Dias Toffoli.
Fonte: Metrópoles e Coluna de Guilherme Amado