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PF recebida a tiros na casa de empresário, que está refugiado em embaixada e com prisão decretada

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A Policia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (02), a quarta fase da Operação “Sangria”, que apura fraudes e superfaturamento em contratos para instalação do Hospital de Campanha, envolvendo empresários e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do Governo do Estado do Amazonas.

São alvos da operação o secretário de Estado de Saúde, Marcellus Campêlo, o empresário Nilton Costa Lins Júnior e outras quatro pessoas. Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido na casa do governador do Estado do Amazonas, Wilson Lima. Campêlo, inicialmente dado como foragido, foi encontrado e preso.

A polícia já havia feito buscas em dois dos endereços do secretário de Saúde. No momento em que a polícia chegou na casa do empresário Nilton Lins, um tiro foi disparado contra os policiais, mas ninguém saiu ferido. Não há informações se a PF revidou ao disparo. Lins está abrigado no consulado da Suécia e as negociações estão sendo feitas por intermédio de um advogado.

O empresário teria atirado ao avistar a movimentação de gente na casa. Ele achou que se tratava de um assalto. A casa já foi alvo de assaltantes. A ação da Polícia Federal visa cumprir 25 mandados judiciais expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), sendo 19 mandados de busca e apreensão e seis de prisão temporária, cumpridos nas cidades de Manaus/AM e Porto Alegre/RS. Há ainda sequestro de bens e valores, que, somados, alcançam a quantia de R$ 22.837.552,24.

Investigações

Segundo as investigações, há indícios de que funcionários do alto escalão da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas realizaram contratação fraudulenta, para favorecer grupo de empresários locais, de um hospital de campanha que, de acordo com os elementos de prova, não atende às necessidades básicas de assistência à população atingida pela pandemia de Covid-19, bem como coloca em risco de contaminação os pacientes e os funcionários da unidade.

Verificou-se, ainda, que contratos das áreas de conservação e limpeza, lavanderia hospitalar e diagnóstico por imagem, todos os três firmados em janeiro de 2021 com o Governo do Amazonas, cujos serviços são prestados em apoio ao hospital de campanha, contêm indícios de montagem e direcionamento de procedimento licitatório, prática de sobrepreço e não prestação de serviços contratados.

Os indiciados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de fraude à licitação, peculato e pertencimento a organização criminosa e, se condenados, poderão cumprir pena de até 24 anos de reclusão.

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