Goiânia – A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira (3/6), operação contra empresa fornecedora de órteses, próteses e materiais especiais (OPMEs) suspeita de realizar pagamentos irregulares a médicos e outros profissionais da área com atuação no Sistema Único de Saúde (SUS), de 2012 a 2015. Os policiais cumprem mandados de busca e apreensão na capital goiana e em Rio Verde, no sul do estado.
A empresa investigada é suspeita de atuar em suposto esquema de venda e implantação de produtos que ela própria fornecia para os profissionais de saúde. Os alvos da investigação não tiveram os nomes divulgados pela Polícia Federal.
Esquema
A polícia aponta que, com auxílio de outra empresa, a fornecedora de órteses, próteses e materiais especiais e outra pessoa jurídica vinculada aos investigados simula contrato padrão de prestação de serviços de consultoria. O objetivo delas, segundo a investigação, era tentar dar aparência de licitude aos pagamentos realizados aos profissionais de saúde supostamente corrompidos.
Pelo que se apurou, a partir do pagamento feitos aos médicos, a empresa conseguia que seu produto fosse beneficiado e escolhido para uso em pacientes que precisam de órteses e próteses.
Durante as investigações, foi localizada uma planilha com descrição de pagamentos, valores, mês de referência, forma de quitação e dados qualificativos do beneficiário feitos pela empresa a médicos cardiologistas situados em Goiás. A planilha estaria armazenada no e-mail do representante da empresa, que teve sigilo quebrado judicialmente.
Depois, a Polícia Federal encontrou e-mails trocados pelo representante da empresa com alguns médicos listados na planilha. Segundo a investigação, o conteúdo dos dados comprova o recebimento de valores entre 2012 e 2015 por pacientes atendidos e nos quais foram implantados órteses, próteses e materiais especiais fornecidos pela empresa.
Cerca de 25 policiais federais cumprem seis mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal em Goiânia, nas cidades de Rio Verde e Goiânia.
Os crimes investigados são os previstos nos artigos 312 (peculato), 317 (corrupção passiva), 299 (uso de documento falso), 288 (associação criminosa) e 333 (corrupção ativa) do Código Penal.
Disritmia
A operação foi denominada Disritmia, pois deriva da Operação Arritmia, da PF em Santa Catarina. Disritmia é um problema cardíaco que pode fazer o paciente necessitar de órteses, próteses e materiais especiais.
O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) ainda não se manifestou sobre a operação.
*Com informações metrópoles