Manaus/AM – “Identificar, estimar e analisar a prevalência de insegurança alimentar (IA) e de insegurança hídrica (IH) domiciliar em um município do médio Amazonas, Brasil, e os fatores associados, no contexto da pandemia da Covid-19” foi o objetivo principal da pesquisa desenvolvida por Mayline Menezes da Mata, docente do curso de Nutrição do Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB), situado em Coari, para o curso de doutorado junto ao Programa de Pós-Graduação em Nutrição da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Com o trabalho inédito, a pesquisa foi aprovada no último dia 27 de outubro.
Para desenvolver o estudo, Mayline partiu de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), de 2004 a 2013, que apresentou bons resultados quanto ao declínio de todas as formas de insegurança alimentar, e da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), de 2017-2018, que mostraram uma tendência de crescimento da IA no país (36,7), principalmente, em sua forma grave, a fome.
De acordo com a pesquisa, a fome atinge a população brasileira de maneira distinta, sendo as regiões Norte e Nordeste as mais afetadas. Já em relação à insegurança hídrica (IH), em 2020, 12% da população brasileira sofreu com o problema, tendo a região Norte como maior afetada, mesmo tendo a Bacia Amazônica em seu território.
Os resultados apontaram que IH exerce forte influência sobre a IA, principalmente na situação mais grave, a fome. No município de Itapiranga, 69,3% dos domicílios da área urbana estão em insegurança alimentar, sendo:
30,8% em Insegurança alimentar Leve
32,6% em insegurança alimentar moderada
36,7% em insegurança alimentar grave
Segundo a pesquisadora, um resultado importante para destacar, é a prevalência de insegurança hídrica na área urbana do município de Itapiranga, 46,2%.