Rio de Janeiro – Doze presos promoveram uma orgia no dia 23 de dezembro no presídio Bangu 4, no Rio de Janeiro, mesmo sem terem direito ao benefício da visita íntima. Nove dos doze criminosos que participaram da “visita íntima” não autorizada já foram identificados. Todos são presos de altíssima periculosidade, como chefes ou ex-chefes de facções criminosas.
Entre os participantes estavam Luiz Augusto Ribeiro Campos, o Tribolado da Cidade Alta, Marco Santos das Dores, o Menor P, Thiago de Souza Cheru, conhecido como Dorei e Luiz Alberto Santos de Moura, o Bob do Caju. Este último sequer tinha visita agendada para o dia, e nem deveria ter saído de sua cela.
A Vara de Execuções Penais (VEP) do Rio já determinou o afastamento do diretor e do subdiretor a penitenciária. Além deles, o juiz Bruno Rulière, da VEP, também determinou que os policiais penais que estavam de plantão no dia 23 de dezembro sejam transferidos para outras unidades prisionais. Imagens do circuito interno do presídio foram apreendidas pela vara na última sexta-feira. As gravações foram analisadas e constatou-se a total falta de controle da unidade prisional na ocasião.
“A dinâmica dos fatos ora noticiados revela que as irregularidades não são obra de exclusiva ação do preso caracterizadora de falta grave e/ou de eventual e episódica negligência de servidores da unidade. A hipótese indica atos gravíssimos e, possivelmente, criminosos de servidores da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária, que permitiram (por circunstâncias ainda não sabidas) que presos usufruíssem de regalias indevidas“, diz o juiz na decisão.
A pela VEP recebeu denúncia apontando que os presos pagaram 3 mil reais a policiais penais para terem estas “visitas íntimas”: “Diante disso, é séria a suspeita no sentido de que ocorreram gravíssimas irregularidades administrativas e crimes por parte de servidores da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária. Em outras palavras, os dados produzidos revelam que, no dia dos fatos, instalou-se um ambiente de inaceitável desordem na unidade prisional, nutrido, no mínimo, por uma grotesca omissão dos servidores do estabelecimento penal e, possivelmente, por uma atuação criminosa desses agentes públicos em conivência com os presos“, completou a decisão.
Veja abaixo a lista dos nove presos que participaram da farra e já foram identificados:
1) Luiz Augusto Ribeiro Campos, vulgo: “Tribolado da Cidade Alta”;
2) Marcelo Santos das Dores, vulgo “Menor P”;
3) Thiago de Souza Cheru, vulgo “Dorei”;
4) Juliano Castro Console;
5) Thiago Rodrigues da Silva, vulgo “TH”;
6) Anderson da Silva Verdan, vulgo “Bamba”;
7) Luiz Alberto Santos de Moura, vulgo “Bob do Caju”;
8) Emerson Brasil da Silva, vulgo “Raro”;
9) Tiago Vinícius Vieira, vulgo “Dourado”.