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Pele eletrônica vestível desenvolvida no Japão pode monitorar sinais vitais

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Os médicos podem estar apenas a alguns anos de distância de rastrear os sinais vitais das pessoas por meio de uma pele eletrônica usada no corpo. Pesquisadores no Japão afirmaram que desenvolveram uma e-skin ultrafina e leve que é fixada com spray de água na área do peito e pode ser usada diretamente durante uma semana.

A tecnologia foi desenvolvida por Takao Someya, professor da Escola de Graduação em Engenharia da Universidade de Tóquio. A e-skin ainda não passou por testes clínicos, mas Someya diz que começou a trabalhar com parceiros para desenvolver processos de fabricação.

Feita de um material flexível – álcool polivinílico – com uma camada de ouro, a e-skin é composta de um sensor vestível que pode captar sinais, como batimentos cardíacos e impulsos elétricos do movimento muscular.

Um pequeno transmissor sem fio preso ao tórax enviará dados de batimentos cardíacos para um smartphone ou computador próximo, ou para a nuvem de dados, permitindo que um médico monitore esses sinais remotamente.

Projetada para pessoas mais velhas

A recente e-skin foi projetada tendo em mente o rápido envelhecimento da população japonesa. Para que os cuidados remotos com a saúde sejam mais eficazes, Someya diz que é importante monitorar a saúde dos idosos com alta precisão e por longos períodos.

Por causa de sua durabilidade, o pesquisador diz que a e-skin é uma ferramenta poderosa para monitorar doenças crônicas, como diabetes e insuficiência cardíaca. O dispositivo também pode ajudar a detectar os primeiros sinais de enfermidades. 

Someya também está desenvolvendo um display LED, em parceria com a Dai Nippon Printing (DNPCF), para ser colocado nas costas da mão do usuário. Projetado para pessoas mais velhas ou com dificuldade de usar um smartphone, ele mostrará dados de batimentos cardíacos transmitidos pela e-skin na forma de gráficos grandes e de fácil compreensão.

O dispositivo também pode exibir emojis simples – incluindo um coração e um arco-íris – enviados por amigos e parentes de um smartphone, para ajudar os idosos a se sentirem conectados com seus entes queridos.

O mercado de e-skin foi avaliado em cerca de U$ 4,5 bilhões (o equivalente a R$ 25 bilhões) em 2019, de acordo com um relatório da Grand View Research. Como a e-skin é altamente flexível, em alguns casos com a capacidade de se autorreparar, tem potencial para uso em robótica, próteses e cuidados com a saúde.

Someya e sua equipe começaram a desenvolver e-skin para robôs no início dos anos 2000. Outra pesquisa de seu laboratório está sendo desenvolvida por meio de duas empresas subsidiárias – Signtle, para aplicações médicas, e Xenoma, para roupas inteligentes.

para atletas

A empresa Xenoma integrou e-skin em pijamas que podem monitorar a temperatura na cama e roupas esportivas para monitoramento fitness. 

A startup fez parceria com a lutadora de Taekwondo, Mana Umehara, para ver como a e-skin pode beneficiar atletas de alto desempenho. A tecnologia rastreia os movimentos do corpo e envia as informações para um laptop, onde o software as traduz em visualizações de dados. Esse tipo de rastreamento de movimento normalmente requer várias câmeras, diz Someya.

Durante a pandemia, Umehara não pôde praticar com seu treinador, mas ela pôde enviar dados da roupa e-skin, para que seu desempenho pudesse ser monitorado remotamente.

“Agora posso obter instruções mais precisas com números de quantos centímetros devo estender [meu movimento] ou quão forte ele deve ser”, contou ela à CNN Business.

5G e dispositivos vestíveis

Someya diz que o 5G terá um “tremendo impacto” nas tecnologias de dispositivos vestíveis, incluindo e-skin, aumentando a quantidade de dados que podem ser transmitidos sem fio em alta velocidade, dando aos usuários acesso às suas informações de saúde em tempo real.

“O objetivo final da e-skin é monitorar todos os diferentes tipos de informações humanas facilmente, em qualquer lugar e a qualquer hora, sem atrapalhar as atividades diárias”, diz ele.