Vinte parlamentares LGBT+ criaram, no último fim de semana, a sua primeira bancadanacional. A iniciativa, composta por políticos com mandatos municipais, estaduais e federais de diferentes partidos, tem o objetivo de unir forças e pressionar o governo para pautar projetos em defesa dessa população.
A bancada foi criada no VI Encontro de Lideranças Políticas LGBT das Américas e do Caribe, que aconteceu na Cidade do México. Na reunião, foi definido que o Brasil vai sediar a próxima edição do evento, em 2025. A medida tem o apoio da ONG VoteLGBT.
A carta formalizada pelos parlamentares da bancada brasileira destaca a necessidade de estruturar mandatos e defender a população LGBT+ em todas as casas legislativas do país.
“É necessário que o Estado brasileiro reconheça e desenvolva uma política pública de enfrentamento à violência política, também em seu caráter LGBTfóbico”,
diz o documento.
A realização do próximo encontro no Brasil conta com a articulação do governo federal. A secretária nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Symmy Larrat, participou do evento e disse que a pasta vai auxiliar na organização da agenda.
“A violência política LGBTfóbica não tem como agentes apenas a extrema-direita. Está presente também nos partidos de esquerda. Em levantamento de denúncias feito pelo VoteLGBT à Missão de Observação Eleitoral da OEA, foram identificados 62 casos relatados pelas próprias candidaturas LGBT+ em suas redes sociais. O padrão identificado foi de ataques LGBTfóbicos, racistas, misóginos e de intolerância política praticados por políticos de partidos de direita. Enquanto que as denúncias de subfinanciamento e invisibilidade recaíram sobre os partidos de esquerda”,
afirmou Evorah Cardoso, coordenadora de pesquisa e incidência da ONG VoteLGBT.