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Parentes de ex-chefe do Tráfico protestam após prisão: ‘Trataram meu avô como um bicho’, diz neta

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Esposa de Celsinho levou chinelos, remédios e roupas para a Cidade da Polícia e pediu que advogado entregasse a ele

A esposa de Celso Luís Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, levou chinelos, remédios e algumas roupas para a Cidade da Polícia, no Jacaré, nesta quinta-feira, após a prisão do ex-chefe do tráfico.

Deise Mara de Sousa Rodrigues, de 62 anos, que está em tratamento contra um câncer, pediu que o advogado da família entregasse os itens ao marido. Parentes de Celsinho chegaram cedo ao complexo policial, mas foram impedidos de entrar e protestaram contra o que chamaram de “violência na ação”.

A neta de Celsinho, Lara Mara Rodrigues da Costa, de 20 anos, esteve no local e gravou um vídeo em que denuncia a conduta dos policiais durante a prisão. Estudante de Direito e presidente da Unidos de Padre Miguel (UPM) — escola que estava no Grupo Especial do Rio e foi rebaixada — Lara acusou agentes de agredirem a avó e outros familiares durante a operação na Vila Vintém, Zona Oeste da cidade.

— A polícia entrou na minha casa atirando. Agrediram minha avó, uma mulher doente, deram um soco na boca dela. Agrediram minha tia também. Isso não existe. A gente é família, não é criminoso — disse Lara, que tem mais de 40 mil seguidores no Instagram.

Ela também negou que tenha havido troca de tiros na comunidade, como foi informado inicialmente. Para a jovem, os policiais agiram de forma excessiva e desrespeitosa com a família.

— Ele está preso, tem mandado, então vem na moral. Mas entrar atirando, sem dar chance de falar, isso não está certo. Eu estudo, faço faculdade de Direito. A gente não vai se calar. Trataram meu avô igual um bicho — afirmou.

VEJA O VÍDEO

A família aguarda a transferência de Celsinho para o presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio, onde passará por audiência de custódia.

Testemunhas relataram que, antes da chegada dos agentes, criminosos dispararam contra um transformador, deixando parte da Vila Vintém sem energia elétrica, o que teria dificultado o avanço das equipes. A Polícia Civil ainda não se manifestou sobre as denúncias de violência durante a ação.

A prisão de Celsinho ocorreu no âmbito da Operação Contenção, deflagrada para conter o avanço territorial do Comando Vermelho (CV) na Zona Oeste. Segundo as investigações, o ex-traficante estaria se aliando a líderes da facção rival — a mesma da qual se separou ao fundar a ADA — para tentar retomar comunidades de Santa Cruz que atualmente estão sob influência da milícia.

Celsinho foi preso em 2002 e deixou a cadeia em outubro de 2022, após cumprir 25 anos de pena. Desde então, dizia levar uma vida longe do crime. Fundou uma empresa de criação de porcos na favela onde cresceu e passou a patrocinar a Unidos de Padre Miguel, ao lado da mulher. A neta, Lara, tornou-se uma das principais figuras da escola e foi destaque no último carnaval com seu discurso emocionado na Sapucaí e o conhecido grito de guerra nos ensaios.

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