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Opinião | Lula ignora aposentados vítimas de fraude no INSS e prefere falar para extraterrestres

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Lula falou – pela primeira vez – sobre o roubo bilionário ao INSS. Foi a propósito do 1º de maio, num discurso gravado. Forma de evitar contato com o mundo real, donde com mais um evento vazio, e discorrer – desde o palácio – sobre um “País bom de se viver”. Seria o Brasil – o da violência e da inflação.

Evitou também o constrangimento de subir em palanque pelo dia do trabalhador enquanto os trabalhadores de uma vida inteira descobrem a roubalheira a suas aposentadorias. Preferiu falar a extraterrestres chegados de repente à Terra e então convencidos de que o governo descobrira ontem o assalto a aposentados e pensionistas, contra o qual agiu energicamente – e com o qual nada teria a ver. A alternativa à hipótese “extraterrestres” seria nos tirar por idiotas.

A realidade se impõe lastreada em auditorias, atas e alertas variados; o governo Lula informado acerca da roubalheira no INSS (pelo menos) desde junho de 2023, quando uma integrante do Conselho Nacional da Previdência Social denunciou a Carlos Lupi a safadeza em curso. Nada seria feito – até março de 2024.

Naquela altura, e não sem ajuda do Parlamento, o esquema – que tem rastro desde 2016 – já batia em bilhão de reais. O volume de descontos concedidos quase dobrara de 2022 para 23, primeiro ano deste governo, e mais que dobraria de 23 para 24. Mesmo assim, o Planalto defende haver tomado providências contra as fraudes. No melhor cenário, admissão de incompetência: caso em que medidas para fazer cessar a corrupção teriam feito crescer a corrupção.

É fato: o esquema – que avançara período Bolsonaro adentro – cresceu sob Lula. Fato: a Polícia Federal não investiga um escândalo de incompetência. Define a PF: “O único interesse em voga e observado pela direção do INSS foi o das entidades associativas”. Direção nomeada por Lupi, nomeado por Lula, como outrora por Dilma – e que caíra por suspeita de malfeitos no Ministério do Trabalho.

Lula contratou o pacote Lupi e ficará com a “responsabilidade institucional” pelo INSS que Lupi rejeita para si. É na hora em que a polícia vai a campo que as autarquias se tornam “independentes”. Não terá sido dessa maneira quando se exerceu o poder para distribuir os cargos de comando à rapaziada.

Para se aquilatar o naipe das providências tomadas contra a roubalheira pela rapaziada, temos tanto a norma de março de 2024, que suspendeu as cobranças de descontos até que desenvolvidos mecanismos eficazes para controle das concessões, quanto o “desbloqueio excepcional”, em junho de 2024, de descontos a entidades investigadas, sem que houvesse os novos meios de verificação.

Tudo pela caneta do presidente do INSS, homem de Lupi, homem de Lula. A instrução normativa de março servindo por fachada até que se encontrasse, em junho, uma “solução transitória” para que a máquina continuasse a girar. Não dá para o governo – com ou sem Lupi – tirar o corpo fora.

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