A promessa do presidente Lula (PT) em acabar com o garimpo ilegal precisará de um investimento calculado em R$ 72 milhões.
O valor foi divulgado pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) através da reportagem do Brasil de Fato.
Para expulsar os garimpeiros das terras amazônicas, a Funai idealizou uma megaoperação com 12 meses de duração.
Os detalhes de despesas e investimentos foram descritos pela fundação em documento entregue ao Ministério da Economia.
Previsão de gastos
O valor milionário será convertido em uma operação de um ano que expulsará os invasores de 7 terras indígenas.
A quantia equivale, conforme a publicação, a 0,001% do orçamento de R$ 5,345 trilhões da União para o ano de 2023.
A verba será encaminhada para a contratação de funcionários provisórios, transporte, recursos técnicos, entre outros.
O orçamento da Funai, previsto por Bolsonaro para 2023, não cobriria a megaoperação.
Em 10 anos a fundação perdeu 40% do seu orçamento, saindo de R$ 1,1 bilhão para R$ 645 milhões.
Deste valor, 70% é destinado à quitação de salários e o restante investido em 700 terras indígenas.
Para suprir a necessidade orçamentaria, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de crédito extraordinário para cumprir a meta de governo.
A medida já foi utilizada em outras situações emergenciais, como no caso dos auxílios durante a pandemia da Covid-19.
Garimpeiros expulsos de terras indígenas
O ministro Barroso, do STF, ordenou a retirada imediata de garimpeiros ilegais das terras indígenas.
A atenção ao problema ficou em maior evidência após a explosão da crise humanitária, decorrente da atividade ilegal, em terras Yanomami.
Com a poluição dos rios e com a crescente invasão pelo garimpo, os Yanomami de Roraima estavam ameaçados pela desnutrição e outras doenças.
Impactos do garimpo
O biólogo e especialista em Ecologia, Daniel Santos, apontou a extração de ouro como sendo a que mais acontece.
Segundo o especialista, esse processo de extração, em grandes proporções, acarreta contaminações por mercúrio metálico em rejeitos.
Além disso, descaracteriza a morfologia original do solo, cessando a vegetação e afetando os cursos d’água.
O biólogo ressalta que os mais afetados com essas mudanças são os povos originários, que vivem nessas terras.
*Com informações portalnorte
*Sob supervisão de Francisco Santos