A ONG Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) pagou R$ 700 mil em um curso de três dias voltado a capacitar 152 técnicos. É o que informou, nesta terça-feira, 19, o senador Plínio Valério, presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o terceiro setor na floresta.
De acordo com Valério, o valor faz parte de um montante ainda maior, de um contrato de R$ 1,6 milhão, com duração entre 2016 e 2022, voltado a capacitar esses profissionais que atuarão na floresta. Em linhas gerais, foram R$ 10,5 mil destinados para cada profissional.publicidade
A diretora do Imazon, Ritaumaria Pereira, teve dificuldades para responder às perguntas de Valério sobre o curso. Conforme o parlamentar, há iniciativas semelhantes no Estado que custam bem menos que o curso oferecido pelo Imazon.
ONG admite à CPI que não acabou com pobreza em mais de 20 anos de existência
Interpelada sobre a mitigação da pobreza na região, Ritaumaria admitiu que o Imazon não conseguiu acabar com a miserabilidade dos indígenas. O Imazon existe desde 1990. Do Fundo Amazônia, criado em 2008 e abastecido majoritariamente com dinheiro da Alemanha e da Noruega, nos últimos anos, a ONG recebeu R$ 40 milhões para desenvolver projetos em prol da região.
Relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) obtidos mostram que a ONG é citada como “a serviço dos Estados Unidos”, sobretudo por ser financiada por instituições governamentais e privadas daquele país. Entre outras atribuições, o Imazon mapeia, via satélite, a Floresta Amazônica e elabora “pesquisas” sobre o bioma. Nos documentos da Abin, há a observação segundo a qual aquele governo discorda de obras de infraestrutura do governo federal na Amazônia, como usinas hidrelétricas e rodovias.