A ex-modelo, Núbia Óliiver, é suspeita de integrar uma quadrilha de tráfico internacional de mulheres. O esquema envolve também o empresário Rodrigo Cotait, preso pela Polícia Federal na semana passada, acusado de ser o chefe do esquema.
Para atrair as vítimas, eles usavam as redes sociais e a empresa de maquiagem de propriedade de Rodrigo. O grupo chegou a tentar recrutar a cantora MC Mirella quando ela tinha 17 anos, mas não teve sucesso:
“Eu exporto mulher para tanto país: Estados Unidos, Oriente Médio, Austrália, Singapura, China, Nova Zelândia, Europa, Bolívia”
Segundo escutas divulgadas pelo Fantástico, Núbia, seria uma agenciadora do grupo e fazia a seleção das vítimas.
Em um dos áudios, ela foi flagrada negociando algumas garotas com Rodrigo: “Te passei umas meninas aí para te ligarem. Essas eu sei que são do Rio [de Janeiro]”, diz a modelo.
Na mesma conversa, Rodrigo responde: “Você acha que R$ 10 mil a gente consegue cobrar? Aí a gente dá R$ 5 mil para ela e divide R$ 5 mil”.
Em outro áudio, Núbia chega a pedir que seu nome não seja citado na conversa para evitar que ela fosse reconhecida. A polícia acredita que mais de 100 brasileiras foram enviadas para o exterior para serem exploradas.
Rodrigo conta em áudio que antes de enviá-las, as mulheres precisam fazer “teste” com ele: “Só mando viajar produto de exportação que tem meu selo de qualidade, ou seja, comprovei o material”, afirma.
Durante a Operação Harém, da PF, a polícia também encontrou fotos sensuais de mulheres enviadas por Núbia a um empresário com quem ela estaria combinando programas sexuais.
Cotait também negociava jovens e tinha como um de seus principais clientes, Wissar Nassar, dono de um shopping em Ciudad del Este, no Paraguai.
Para a PF, os áudios deixam claro o envolvimento do empresário e o poder que ele tem sobre a organização criminosa. Além dele, seis membros do grupo foram presos em outros países.
Núbia segue sendo investigada e sua assessoria decidiu não se pronunciar sobre o assunto.