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Novos diálogos revelam irritação de juízes de Alexandre de Moraes com Estados Unidos e Interpol

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Auxiliar de ministro fala em 'mandar jagunços' para pegar jornalista

Novos diálogos revelados neste domingo, 18, pelo jornal Folha de S.Paulo mostram a insatisfação de membros do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com o governo norte-americano e a Interpol.

O centro dos comentários feitos em novembro de 2022, entre os juízes auxiliares Airton Vieira, do STF, e Marco Antônio Vargas, do Tribunal Superior Eleitoral, era o jornalista Allan dos Santos, que precisou se mudar para os Estados Unidos (EUA) depois de ser incluído no inquérito que apura supostas fake news.

Desde o momento em que partiu para o exílio, Santos têm sido alvo de pedidos de extradição, até o momento negados pelos EUA.

Discussões de membros do gabinete de Alexandre de Moraes

allan dos santos
O jornalista Allan dos Santos, durante depoimento na CPMI das Fake News – 05/11/2019 | Foto: Divulgação/Agência Brasil

As mensagens entre Vargas e Vieira, sobre Santos, tratam da falta de resposta da Interpol e da Casa Branca.

A insatisfação aumentou após o jornalista aparecer em vídeos durante uma manifestação contra ministros do STF, em Nova York.

“Peça para o Airton falar com a Polícia Federal, a respeito do alerta vermelho”, escreveu Vargas. Vieira respondeu que já havia acionado a Interpol no Brasil, Washington e o adido brasileiro.

Interpol não inclui Allan dos Santos no alerta vermelho

A Interpol em Lyon, França, não incluiu Allan dos Santos no alerta vermelho, o que, segundo Airton, pode ter motivação política. “Isso fez com que Allan dos Santos não fosse preso até agora”, afirmou Airton Vieira.

“Tudo o que podíamos fazer foi feito, seguimos todo o trâmite”, disse. “Mas a Interpol em Lyon engavetou o pedido de alerta vermelho e os EUA não resolvem a questão da extradição.”

O juiz Airton Vieira criticou a postura da Interpol e dos EUA, afirmando que a troca de governo no Brasil poderia mudar a situação.

“Porque, se pra nós o Allan dos Santos tem alguma importância, pra eles a importância é zero”, afirmou. “Então eles não vão comprar uma dor de cabeça com o governo do Brasil, em que pese o governo do Brasil ser de outra orientação. Talvez a partir de 1 de janeiro a coisa mude, não sei.”

Críticas à postura da Interpol e dos EUA

Em outra mensagem, Vargas classificou a postura da Interpol e dos EUA como “sacanagem”. Vieira concordou, dizendo que Allan dos Santos se sente livre para continuar suas ações. “Dá vontade de mandar uns jagunços pegar esse cara na marra e colocar num avião brasileiro”, comentou Vargas.

Vieira continuou criticando o governo dos EUA, dizendo que eles fazem o que bem entenderem com quem quiserem. “Eles têm o tempo e os interesses deles, esse é o problema todo, essa é a questão”, afirmou.

Posição dos EUA sobre a extradição

O governo dos EUA comunicou ao Brasil que não extraditaria Allan dos Santos por delitos considerados pelos norte-americanos como crimes de opinião, protegidos pela liberdade de expressão. No entanto, os americanos estão dispostos a processá-lo por outros crimes, como lavagem de dinheiro.

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