Duas mulheres foram agredidas por um homem em Bagre, uma cidade na Ilha do Marajó, no Pará, durante a madrugada de sábado (8), e posteriormente foram detidas. O incidente ocorreu durante uma festa no balneário da Praia da Costa, por volta das 3h.
O agressor foi identificado como Adriano Silva, também conhecido como Gol, um servidor municipal cedido para trabalhar como carcereiro na delegacia local.
As duas mulheres agredidas e um homem que registrou a agressão também foram detidos, de acordo com Eder Tayller, advogado do homem.
Testemunhas relataram ao G1 que as agressões começaram a pedido da delegada do município, Vanessa Macedo, que teria ficado incomodada com “um olhar trocado entre uma das vítimas e a delegada”.
No vídeo, o carcereiro é visto discutindo com uma das vítimas. Em seguida, outra mulher tenta defendê-la e é empurrada por Gol, caindo no chão. Ela se levanta e o empurra de volta, recebendo um tapa no rosto.
A delegada e seu marido são vistos no vídeo observando a cena e depois se afastando da confusão. Uma das mulheres, segundo a Polícia Civil, foi presa por ameaçar a delegada. Não foram fornecidos detalhes sobre a razão da prisão da outra mulher.
A Polícia Civil informou que a delegada foi afastada de suas funções na unidade policial e que foi aberto um procedimento para investigar a conduta da servidora. O homem que filmou a cena foi detido em sua residência, conforme relato do advogado Eder Tayller.
“Os policiais entraram em sua residência e o agrediram, sem mandado judicial e à noite, mesmo não representando nenhuma ameaça. Isso é proibido. Na abordagem, estavam a delegada, dois policiais e dois falsos policiais.
Vou exigir explicações da delegada e solicitar a devolução do celular apreendido ilegalmente. Se eles queriam o vídeo em que aparecem agredindo a moça, iremos disponibilizá-lo em juízo, simples assim”, afirmou o advogado.
Inicialmente, as vítimas estavam incomunicáveis durante a manhã de sábado. No entanto, pela tarde, parentes das vítimas foram à delegacia e relataram que pelo menos uma delas teria sofrido novas agressões e estaria irreconhecível.
“Ela está completamente machucada, com o rosto roxo e inchado, está mancando. Ela está pedindo ajuda lá dentro, mas não querem permitir que ela vá ao hospital”, disse um familiar.
Ao questionar um policial sobre o tratamento dispensado à vítima, ele teria respondido que “se estivesse lá, teria atirado nela”, e que o carcereiro Gol estava na delegacia.
Amigos e familiares das vítimas organizaram um protesto na cidade, exigindo justiça e a libertação das mulheres.
A Polícia Civil informou que o carcereiro foi preso e autuado por lesão corporal, sendo conduzido à Superintendência de Polícia Civil. No entanto, os familiares contestam essa informação, alegando que o homem está dentro da delegacia, sentado, sem qualquer intervenção policial.
Fonte: G1