Morreu, aos 80 anos, o ex-vice-presidente da República Marco Maciel, em Brasília. A informação foi confirmada na conta oficial do seu partido, o Democratas. O sepultamento está previsto para este sábado, 12, no cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. A causa da morte ainda não foi divulgada.
Ao longo da carreira, antes de se tornar político, Maciel atuou como advogado. Depois, foi eleito para os cargos de deputado, senador e governador de Pernambuco. Ele exerceu o mandato de vice-presidente durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, de 1995 a 2003.
Em 2014, Maciel foi diagnosticado com mal de Alzheimer – doença progressiva que destrói a memória e outras funções mentais importantes.
Nas redes sociais, o partido Democratas divulgou nota em que a sigla “se despede, já com o coração saudoso”, de um dos seus fundadores.
O comunicado é assinado pelo presidente do DEM, ACM Neto.
“Marco Maciel foi um dos mais importantes quadros do nosso partido. Com sua exemplar atuação na vida pública, escreveu uma história irretocável de dedicação ao nosso país.”
Curado da Covid-19
Em março, o Marco Maciel foi diagnosticado com Covid-19 e, à época, deu entrada em um hospital particular de Brasília para uma bateria de exames, que constataram a doença.
Na ocasião, a esposa do político, Ana Maria Maciel, informou que ele estava sendo tratado em casa, com orientação médica, e se recuperou da infecção. Em maio, Maciel recebeu a segunda dose da vacina contra a Covid-19.
Trajetória
Marco Maciel nasceu em Recife em 1940. De líder estudantil, ele chegou ao cargo de vice-presidente da República, em 1995.
O político ganhou sua primeira eleição como deputado estadual ainda na década de 1960 e, na eleição seguinte, em 1970, Maciel foi eleito deputado federal. Em 1976 foi eleito presidente da Câmara dos Deputados.
Na gestão Geisel, Marco Maciel foi escolhido para assumir o governo de Pernambuco e, à época, criou um projeto de combate à seca e deu prioridade ao Porto de Suape, iniciado no governo de Eraldo Gueiros. Foi no governo dele que um navio atracou no porto pela primeira vez.
Na política, Maciel participou das articulações que criaram o PDS, em substituição ao Arena. Com a volta das eleições diretas para governador, em 1982, ele indicou o vice Roberto Magalhães para disputar o governo e se candidatou ao Senado.
Eleito, no Senado, Maciel ganhou mais destaque como articulador político e, em 1984, se tornou peça chave na criação de uma aliança com os oposicionistas ao regime militar. À época, o senador pernambucano estava cotado para ser o vice de Tancredo Neves, mas o senador José Sarney terminou sendo o escolhido.
Em 1994, Marco Maciel foi indicado vice na chapa do então candidato à presidência Fernando Henrique Cardoso, onde ocupou o cargo até 2002. Em 2003, o político foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, com sede no Rio de Janeiro.
Em 2010, quando já tentava o quarto mandato de senador, sofreu sua primeira derrota nas eleições de Pernambuco, disputando, assim, sua última eleição.