Em reunião com lideranças da base governista, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, pediu apoio para barrar a tentativa da oposição de criar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar a fraude bilionária no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) através dos chamados descontos associativos.
O argumento apresentado por Gleisi é de que a CPMI poderia atrapalhar a tramitação de projetos importantes para o governo nas duas Casas. A ministra destacou entre os projetos de maior importância para o governo o aumento da isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que centraliza a política de segurança em Brasília.
A reunião com os líderes aconteceu na segunda-feira (5), na residência oficial da Câmara dos Deputados.
Ao publicar registros da reunião nas redes sociais, o deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) disse que o diálogo com Gleisi foi “ótimo e produtivo”.
O líder do governo Lula na Câmara, deputado federal (PT-CE), também publicou registros do encontro.
“Seguimos organizando a pauta e trabalhando ao lado do presidente Lula por um Brasil com mais justiça, desenvolvimento e oportunidades para todos”, escreveu o deputado em uma publicação no X
Oposição tenta emplacar CPMI após resistência de Hugo Motta na Câmara
Na terça-feira (6), a oposição anunciou que iria protocolar o pedido da CPMI, mas adiou a entrega do requerimento para a semana que vem com o objetivo de recolher mais assinaturas.
Na Câmara, deputados da oposição já protocolaram um pedido de CPI para apurar os desvios no INSS, mas o presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), indicou que respeitará a fila com 12 comissões de inquérito. Esse posicionamento praticamente inviabiliza a instauração da CPI do INSS neste momento.
Sem uma sinalização positiva de Hugo Motta, a oposição mudou a estratégia e passou a se movimentar para a criação de uma CPMI, com deputados e senadores.
No caso da comissão mista, basta o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), ler o requerimento para a criação do colegiado. Por outro lado, os parlamentares podem retirar o apoio à CPMI a qualquer momento, o que dá espaço para o governo negociar com os parlamentares.