O presidente da Argentina, Javier Milei (La Libertad Avanza, direita), chamou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda), de “ditador criminoso” durante discurso na 3ª feira (17.dez.2024). A acusação se deu por conta da prisão do policial argentino Nahuel Ignácio Gallo, detido depois de visitar a mulher e seu filho na Venezuela.
Em discurso durante cerimônia de formatura do Colégio Militar, em Buenos Aires, Milei classificou a prisão de Gallo como “sequestro ilegal” e pediu que o policial seja liberado.
“Em 1º lugar, antes de começar o discurso, quero falar sobre o sequestro ilegal de Nahuel Gallo na Venezuela. Ele foi detido pelas forças de segurança a mando do ditador criminoso Nicolás Maduro, pelo único crime de visitar sua mulher e seu filho. Exigimos sua libertação imediata e esgotaremos as vias diplomáticas para devolvê-lo são e salvo à Argentina”, disse o presidente argentino.
Assista ao vídeo abaixo:
Milei exige la liberación inmediata de Nahuel Gallo, el gendarme secuestrado por el dictador Maduro en Venezuela. pic.twitter.com/9vUOSKGmIg
— Carajo (@CarajoStream) December 17, 2024
Nahuel Gallo é Primeiro Cabo da GNA (Gendarmeria Nacional Argentina). Ele cruzou a fronteira entre a Colômbia e a Venezuela no dia 8 de dezembro através de uma ponte para pedestres, próximo à cidade colombiana Cúcuta, a cerca de 560 km da capital da Colômbia, Bogotá.
No sábado (14.dez), o Ministério da Segurança argentino publicou uma nota no X (antigo Twitter) explicando que Gallo cruzou a fronteira para visitar a mulher e o filho na cidade de Táchira, que fica a 70 km de distância da ponte a qual o policial atravessou para entrar na Venezuela.
A nota diz que Gallo foi preso “de maneira imediata, sem motivo aparente e violando claramente seus direitos fundamentais”.
“A Argentina não irá tolerar atos desta natureza contra seus cidadãos e deplora estas práticas que contrariam os princípios do respeito à liberdade individual e à dignidade humana”, lê-se no texto.
O ministério afirma que atuará com órgãos internacionais para exigir a liberação de Gallo.
O La Nación, jornal argentino, diz que a polícia venezuelana levou Gallo para uma localização desconhecida do governo argentino e da família dele. Segundo a publicação, ele está sendo acusado de espionagem. O La Nación conversou com a mulher do policial, María Gómez, que afirmou ter relatado a situação do país ao marido.
“Eu estava aqui [na Venezuela] com meu filho e ele queria saber o que estava acontecendo. Eu disse que o país está passando por uma crise. Nunca imaginei que poderiam tirar o telefone de Nahuel”, declarou Gómez, dizendo ainda que a última vez que falou com Gallo foi no dia 8 de dezembro.
O episódio aumenta ainda mais as tensões entre Milei e Maduro, depois de o argentino não reconhecer a vitória do venezuelano nas eleições de julho.
Na época, Milei afirmou que “os venezuelanos optaram por acabar com a ditadura comunista de Nicolás Maduro”, citando pesquisas de intenções de voto que apontavam González Urrutia como vencedor.
“A Argentina não vai reconhecer mais uma fraude e espera que desta vez as Forças Armadas defendam a democracia e a vontade popular”, declarou.