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“MendiGato”: perfis falsos inundam redes após personal flagrar traição

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Um personal trainer viu sua mulher mantendo relações sexuais com um sem-teto e partiu para agressão. Ele diz que esposa estava em surto

A confusão envolvendo um casal e um morador em situação de rua se tornou um dos assuntos mais comentados do Brasil no Twitter, nesta terça-feira (15/3). No Instagram, centenas de perfis falsos com os nomes dos envolvidos foram criados, a maioria tratando a delicada situação em tom jocoso. Na segunda-feira (14/3), o Metrópoles publicou vídeos que mostram o sem-teto sendo espancado por um personal trainer, em Planaltina, região administrativa do Distrito Federal.

O educador físico teria flagrado sua esposa fazendo sexo com o homem em situação de vulnerabilidade dentro de um carro, achou se tratar de um estupro e iniciou as sessões de socos e pontapés. As imagens, gravadas por câmeras de monitoramento, viralizaram nas redes sociais e estimularam a criação de uma enxurrada de contas – algumas já com milhares de seguidores – contendo memes, nomes e fotos dos três.

Vale lembrar que a prática de criar perfil contendo informações pessoais de terceiros pode ser considerada crime de falsidade ideológica, de acordo com o artigo 309 do Código Penal Brasileiro (CBP). A pena de prisão é de até 1 ano.

Somente no Instagram havia, até as 21h20 desta terça, mais de 50 contas com imagens e o nome da mulher flagrada pelo marido mantendo relações sexuais com o morador de rua. Ela contou à polícia que apesar de não ter sido forçada ou coagida, estava em surto psicótico e via nele a “imagem de Deus e a do marido”.

Pelo estado alegado da companheira, o personal entende ter havido, sim, um estupro. “Não se trata de uma traição conjugal, e, sim, crime de violência”, disse, em nota.

A Polícia Civil do DF (PCDF) investiga todas as circunstâncias e ainda não se manifestou sobre o caso. Outra conta pública no Instagram criada foi a que chama o morador de rua agredido pelo personal de “MendiGato do DF”.

Veja alguns dos perfis falsos criados:

Toda a ação foi gravada veja:

Áudios

Em áudios obtidos pela reportagem, a mulher afirma a uma conhecida que toda a ação foi consentida. Em um primeiro momento, o morador de rua teria pedido doações e, ainda, para ser curado. “Me deu vontade de dar um abraço nele”, disse.

Em seguida, o homem teria pedido para fazer carinho nos pés dela. “Eu senti uma coisa tão boa”, disse.

Ao longo do relato, ela explica que começou a ter visões de que estaria na presença de Deus. Já em outros momentos, de que o morador de rua seria seu companheiro. Ainda em via pública, os dois teriam seguido na troca de carinhos, de acordo com ela. O resultado, como relatado no áudio, foi um beijo entre os dois na frente da sogra, situação que deixou a mãe do personal incrédula. “É o meu propósito, deixa eu receber o meu propósito”, disse a mulher para a sogra.

Depois do beijo, o morador de rua entrou no carro da mulher, em busca de um local mais reservado. “Fui procurando pela rodoviária um lugar escuro e vazio pra gente ficar junto. Eu senti a necessidade de deixar ele entrar no meu carro”, declarou a mulher na gravação.

Pelas imagens gravadas por câmeras de monitoramento do bairro, é possível ver quando o personal chega próximo ao carro. Ele bate no vidro com violência, depois agride o morador de rua do lado de fora. Assim como a mulher, o morador em situação de rua foi levado ao hospital. Ele apresentava machucados no rosto e estava com os dois olhos roxos. Apesar disso, ele passa bem. O personal prestou depoimento e foi liberado. Ele poderá responder por lesão corporal.

Versão do morador de rua

Em depoimento prestado na delegacia, o morador em situação de rua contou aos policiais que, por volta das 21h30 de terça-feira, um carro parou nas proximidades da escola paroquial, em Planaltina. Dentro do veículo estaria a companheira do personal trainer. Segundo ele, a mulher o chamou e pediu para que se aproximasse.

Logo em seguida, teria dito: “Vamos brincar?”. Na sequência, o morador de rua disse ter sido convencido pela mulher a entrar no veículo. Afirmou ainda que, enquanto estava nu e tendo relações com a motorista no interior do carro, um “homem bravo invadiu o veículo” e teve início uma briga. O homem declarou que não conhecia a mulher e que não a estuprou.

*Com informações metrópoles