O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu na noite de 4ª feira (23.abr.2025) com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e líderes partidários. A expectativa inicial do jantar, na residência oficial do presidente da Casa Baixa, era discutir o projeto de lei que anistia os presos do 8 de Janeiro, mas o tema acabou ficando em 2º plano.
Durante o encontro, Lula afirmou ser contrário à concessão de perdão a pessoas que “nem foram condenadas”. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), articulador do pedido de urgência para o projeto, não participou do jantar.
Foi a 1ª vez, em seu 3º mandato, que o chefe do Executivo federal participou de um encontro na residência oficial da presidência da Câmara. A reunião integra o esforço do Executivo para estreitar o diálogo com deputados, que já criticaram a distância do Planalto em temas prioritários da Casa.
Em 2 de abril, Lula se reuniu com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e líderes partidários da Casa Alta. O encontro durou 3 horas.
O jantar com Motta e os líderes teve tom informal e descontraído. O líder do União Brasil na Câmara, Pedro Lucas Fernandes (MA), afirmou que a interação com Lula foi “agradável”.
O congressista disse que Lula tentou “quebrar o clima”, fazendo brincadeiras, mas evitou comentários diretos sobre a recusa à indicação do União Brasil ao Ministério das Comunicações. Segundo governistas, o impasse foi resolvido com a escolha de Frederico de Siqueira Filho, presidente da Telebras, para o cargo.
Durante o jantar, o chefe do Executivo federal pediu prioridade à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da segurança pública, entregue ao Congresso na 4ª feira (23.abr), e ao projeto que isenta o Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000.
Eis a lista dos congressistas que participaram do jantar com Lula:
ANISTIA
O requerimento de urgência ao projeto de lei que anistia os presos pelos atos do 8 de Janeiro foi protocolado em 14 de abril pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), com 264 assinaturas –número acima da maioria absoluta exigida (257).
Se aprovado em plenário, o projeto poderá ser votado a qualquer momento, sem necessidade de passar pelas comissões permanentes.
Durante o aniversário do presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP), Sóstenes compartilhou com aliados sua estratégia para pressionar Hugo Motta a pautar o requerimento de urgência.
O deputado ameaçou reter emendas de comissão –recursos geralmente distribuídos entre os partidos– caso o tema não avance.
Motta tem defendido internamente um acordo com o STF (Supremo Tribunal Federal) para revisar as penas dos condenados como alternativa ao projeto de anistia.