O presidente Lula indicou, na noite deste domingo pelo horário de Brasília, que não descarta liberar a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, mas afirmou que pretende analisar o assunto quando voltar ao Brasil.

Na última quarta-feira, o Ibama negou uma licença para a Petrobras perfurar um poço exploratório a cerca de 160 km da costa do Oiapoque (AP), no Amapá, e a cerca de 500 km da foz do Rio Amazonas.

Na saída da entrevista coletiva que deu no hotel em que estava hospedado em Hiroshima, no Japão, para participar da reunião do G7, já na manhã de segunda-feira pelo horário local, Lula respondeu uma pergunta do GLOBO sobre como via a decisão do Ibama, que divide os ministros do Meio Ambiente, Marina Silva, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira:

— Se extrair petróleo da Foz do Amazonas, que é a 530 quilômetros do Amazonas, é em alto mar, se oferece problema para o Amazonas, certamente não será explorado. Mas eu acho que sim, porque é a 530 quilômetros da Amazônia. Eu vou conversar para saber.

A Foz do Amazonas é uma das regiões da chamada Margem Equatorial, que abrange todo o litoral norte e alcança a do Rio Grande do Norte, no Nordeste. A região é considerada ambientalmente sensível por reunir grande quantidade de fauna e flora marinha, além de concentrar grande parte dos manguezais do país.

A negativa do Ibama gerou tensão política entre o Ministério de Minas e Energia e o Meio Ambiente. No Palácio do Planalto, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, tentou mediar a disputa em duas reuniões com Marina e Silveira, mas preferiu deixar a mediação para Lula, que embarcou de volta ao Brasil logo após a coletiva. .

Alckmin conversou a sós com cada um dos ministros, sem a presença de assessores. Silveira e Marina não se cruzaram pelos corredores do palácio.

Após a decisão do Ibama, a Petrobras chegou a informar que iria retirar os equipamentos localizados na Foz do Amazonas. Silveira orientou a estatal a manter a estrutura por ora. Depois, a Petrobras confirmou que vai recorrer da decisão do Ibama.

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