As últimas investidas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicam que o petista passou a apostar na classe média para tentar reverter a queda de popularidade. Apenas em março, ele anunciou 3 iniciativas que poderiam beneficiar o grupo:
- Crédito do Trabalhador – visto internamente como uma “revolução“, o programa de crédito consignado privado foi lançado no dia 12 com a promessa de oferecer empréstimos a juros mais baixos, mas simulações feitas pelo Poder360 mostraram que a taxa oferecida é pouco atrativa e fica acima da média. O próprio ministro do Trabalho sugeriu só pedir em caso de “extrema necessidade”;
- Minha Casa, Minha Vida – ampliou o programa para famílias que ganham até R$ 12.000;
- isenção do IR – Lula tenta cumprir a promessa de campanha para isentar do Imposto de Renda quem recebe até R$ 5.000 por mês. Apresentou o projeto de lei no dia 18 e comemorou o envio do texto ao Congresso. O ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) é o relator da proposta. Para valer em 2026, precisa ser aprovado neste ano de 2025.
Lula busca reverter a baixa popularidade registrada em pesquisas de opinião.
Pesquisa PoderData realizada de 15 a 17 de março de 2025 mostrou que 53% dos brasileiros desaprovam o trabalho do presidente, enquanto 41% aprovam. Leia abaixo a estratificação por renda familiar:
- até 2 salários – 50% desaprovam e 43% aprovam;
- de 2 a 5 salários – 57% desaprovam e 40% aprovam;
- mais de 5 salários – 57% desaprovam e 38% aprovam.
A seguir, os dados registrados de 29 a 31 de janeiro de 2023:
- até 2 salários – 35% desaprovam e 53% aprovam;
- de 2 a 5 salários – 45% desaprovam e 54% aprovam;
- mais de 5 salários – 44% desaprovam e 45% aprovam.
Em pouco mais de 2 anos, o percentual dos brasileiros que recebem de 2 a 5 salários mínimos e desaprovam a administração petista saltou de 45% para 57%, alta de 12 pontos percentuais.
NA BOCA DE LULA
Em 2025, o presidente citou o termo “classe média” ao menos 14 vezes em seus discursos, entrevistas e pronunciamentos. Uma das frases repetidas por Lula em 2025 é de que ele quer que o Brasil se torne um “país de classe média”.
O petista costuma dizer que prefere pouco dinheiro na mão de muitos do que muito dinheiro na mão de poucos. Para ele, ter um país de classe média seria uma realidade onde a maioria das pessoas tem um poder de compra para as suas necessidades básicas e para um pouco além.
ALTOS E BAIXOS
Apesar dos esforços, algumas medidas do governo contribuíram para a queda da popularidade entre o grupo. Foi o caso da “taxa das blusinhas”, que aumentou em 20% o imposto de importação somado à cobrança de 17% de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) para compras de até US$ 50 pela internet.
A derrota no Pixgate, a inflação dos alimentos aliada a declarações controversas do governo sobre trocar laranja por outra fruta ou deixar de comparar produtos caros também contribuem para a queda de popularidade.