Brasil – Na noite deste domingo (15.dez.2024), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu uma entrevista ao programa Fantástico da TV Globo, onde compartilhou detalhes sobre sua recuperação após a recente cirurgia no cérebro. Durante a conversa, Lula afirmou que “não teve direito de defesa” durante o processo judicial que culminou em sua prisão em 2018, especialmente no caso relacionado ao tríplex no Guarujá, envolvendo a Lava Jato.
No entanto, sua declaração foi prontamente contestada pela reportagem. Ao ser questionado sobre a alegação de não ter tido defesa, o Fantástico interrompeu a entrevista para exibir um esclarecimento importante: na época de sua prisão, Lula tinha defesa ativa e participou de todas as instâncias do processo, com sua equipe jurídica atuando ao longo de todo o julgamento. A explicação técnica destacou ainda que, à época, o entendimento da Justiça permitia a prisão após condenação em segunda instância, o que foi posteriormente alterado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Veja o vídeo:
Sérgio Moro reage
O senador Sérgio Moro (União-PR) respondeu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta segunda-feira (16) após o petista afirmar, em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, que não teve direito à defesa durante o processo da Lava Jato.
Moro, ex-juiz da operação, destacou que Lula teve “muito mais direito à defesa” do que aqueles que foram presos preventivamente após os atos de 8 de janeiro de 2023, no episódio da invasão aos prédios dos Três Poderes em Brasília.
“O presidente Lula foi desmentido ao vivo. Ele teve garantido o direito de defesa durante toda a Lava Jato, e só foi preso após julgamento. Depois, ainda teve reviravoltas políticas que favoreceram sua soltura. Ele teve mais garantias do que qualquer outro brasileiro, inclusive mais do que os presos do 8/1”, afirmou Moro.
Lula Nunca Foi Preso Preventivamente
Moro também foi apoiado pela deputada Rosangela Moro, sua esposa, que relembrou no Twitter que Lula nunca foi preso preventivamente, ao contrário de vários dos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro. “Lula foi condenado em três instâncias, e a defesa teve participação em todas as fases do processo, apresentando recursos para evitar a prisão”, destacou.
De fato, o ex-presidente foi condenado em 2017, no caso do tríplex do Guarujá, e preso em 2018, mas não em prisão preventiva. Sua prisão ocorreu após a confirmação da sentença em segunda instância, com base no entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) à época, que permitia a execução da pena após essa fase do processo.