O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu a presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, na tarde desta quarta-feira, dia 25. Em seu lugar, o petista indicou o funcionário de carreira Carlos Antônio Vieira Fernandes, aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A demissão foi tratada de forma discreta pelo Palácio do Planalto, que mencionou apenas uma reunião entre Lula e Rita Serrano, sem mencionar a palavra demissão.
A disputa pelo comando da Caixa vinha chamando a atenção do centrão, e a negociação com Arthur Lira teria sido importante para garantir apoio no Congresso Nacional. O posto estava sendo cobiçado pelo PP desde julho.
Lula optou por seguir o mesmo método utilizado na demissão da ex-ministra Ana Moser, do Ministério dos Esportes, fazendo uma saída arrastada e com conversas prévias antes da oficialização. O presidente tem sido alvo de críticas pela falta de representatividade feminina nos altos cargos do governo, mesmo defendendo a diversidade. Além de Moser, a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, também foi demitida.
Além de indicar o novo presidente da Caixa, o PP também terá controle sobre a maioria das 12 vice-presidências do banco. A principal dúvida é se Lula concordará em entregar a secretaria de habitação ao partido. Esse cargo é considerado vital pelo governo e é atualmente ocupado por Inês Magalhães, que é bem vista pelo presidente.
Os acordos realizados entre o governo e o centrão já haviam levado os deputados André Fufuca (PP-MA) para o Ministério dos Esportes e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) para um cargo em setembro.
A demissão de Rita Serrano marca mais uma mudança significativa no alto escalão do governo de Lula, o que tem gerado críticas sobre a falta de estabilidade e planejamento. A indicação de Carlos Antônio Fernandes para o comando da Caixa Econômica Federal será acompanhada com atenção, já que o banco desempenha um papel crucial na economia do país.