O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu o comandante do Exército, general Júlio César de Arruda. No lugar dele, o presidente vai nomear o então comandante militar do Sudeste, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva.
A demissão ocorreu após indisposição do governo com o Exército em razão da invasão das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro. Parte dos extremistas que atacaram os prédios públicos na praça dos Três Poderes estava acampada em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília.
Júlio Arruda foi nomeado para o comando do Exército em 30 de dezembro do ano passado, em um acordo entre o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e a gestão Lula, que se preparava para assumir o poder.
Tomás Miguel é o autor da primeira manifestação pública de um comandante militar desde os ataques na capital federal. Em um discurso voltado para a tropa, ele afirmou que o resultado das urnas deve ser respeitado.
“Vamos continuar garantindo a nossa democracia, porque a democracia pressupõe liberdade e garantias individuais e públicas. E é o regime do povo, de alternância de poder. É o voto. E, quando a gente vota, tem de respeitar o resultado da urna”, disse.
Tomás Miguel Ribeiro Paiva
Nascido na cidade de São Paulo, Tomás Miguel Ribeiro Paiva iniciou a carreira militar em 1975, quando entrou na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas (SP).
Atuou em misssão do Exército no Haiti e foi Comandante da Força de Pacificação da Operação Arcanjo VI, no Complexo da Penha e do Alemão, no Rio de janeiro (RJ), em 2012. Também foi ajudante de Ordens do Presidente da República e Assessor Militar do Brasil junto ao Exército do Equador.
O general também chefiou o Gabinete do Comandante do Exército, em Brasília, e comandou a 5ª Divisão de Exército, em Curitiba (PR).
Em seu currúculo, Ribeiro Paiva também tem passagens como subalterno e comandante de companhia de fuzileiros no 7º Batalhão de Infantaria Blindado, em Santa Maria (RS), no 26° Batalhão de Infantaria Paraquedista, no Rio de Janeiro (RJ), e no 33° Batalhão de Infantaria Motorizado, em Cascavel (PR).
Também foi instrutor do Curso de Infantaria da Academia Militar das Agulhas Negras, Subcomandante da Companhia de Precursores Paraquedista, Ajudante de Ordens do Presidente da República e Assessor Militar do Brasil junto ao Exército do Equador.
Em 2019, Ribeiro Paiva assumiu o posto de general de Exército, o mais alto da carreira militar. Na época, passou a integrar o Alto Comando do Exército, órgão colegiado onde são discutidos temas da Política Militar Terrestre e assuntos de interesse do comandante do Exército.
Júlio César de Arruda
O general Júlio César de Arruda tem 63 anos e entrou no Exército no ano de 1975. Ele foi chefe do Departamento de Engenharia e Construção do Exército por 3 anos, até ser cotado para ser o comandante da Força.
Com mais de 45 anos de experiência militar, ele já comandou o 1º Batalhão de Forças Especiais, em Goiânia, foi diretor da Escola de Administração do Exército, do Colégio Militar de Salvador e comandou a Academia Militar das Agulhas Negras.
Nascido em Cuiabá, Júlio César entrou aos 16 anos na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas (SP). Dois anos depois, se formou e ingressou na Academia Militar das Agulhas Negras.
Em 1981 se tornou Aspirante a Oficial da Arma de Engenharia. Durante a vida militar, serviu unidades em Itajubá (MG), Rio de Janeiro, Cuiabá e Brasília.
Quando se tornou tenente-coronel, foi assessor do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e comandou o 1º Batalhão de Forças Especiais, em Goiânia, no biênio 2005-2006.
No exterior, foi Observador Militar da Segunda Missão de Verificação das Nações Unidas (Univem II), em Angola, em 1994 e Assessor da Cooperação Militar Brasileira no Paraguai, no biênio 2002-2003. Realizou o Curso de Contraterrorismo e Cooperação Interagências na Universidade Nacional de Defesa, nos Estados Unidos e o Curso Intensivo de Inglês no Canadá.