O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, assinaram um decreto nesta sexta-feira (4) que estabelece a retomada do intercâmbio de energia com a usina de Guri, localizada na Venezuela.
Segundo a CNN, a retomada do fornecimento de energia de Guri para o Brasil era uma demanda há tempos aguardada, principalmente após a interrupção do serviço durante os primeiros meses da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que não foi restabelecido desde então.
Segundo o ministro Silveira, o decreto permitirá a realização de contratos que possibilitarão trazer energia limpa e renovável da usina venezuelana para o Brasil, beneficiando especialmente o estado de Roraima, que até o momento se mantém desconectado do Sistema Interligado Nacional (SIN).
Antes da interrupção, Guri era a principal fonte de energia para Roraima, suprindo a maior parte das necessidades energéticas do estado. Com o corte do abastecimento, Roraima passou a depender principalmente de usinas térmicas movidas a óleo combustível e gás natural, o que elevou significativamente o custo da energia para os consumidores locais.
Ao assinar o decreto, o ministro Silveira ressaltou a importância da usina de Guri, que possui 10.200 megawatts (MW) de potência instalada, e está entre as dez maiores do mundo. A retomada do fornecimento de energia do país vizinho trará inúmeros benefícios para Roraima, garantindo uma fonte de energia mais barata e sustentável.
Além disso, o decreto assinado por Lula também visa ampliar as possibilidades de intercâmbio de energia elétrica com países que fazem fronteira com o Brasil. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) será responsável por definir orientações para a integração do sistema elétrico e a interligação com outros países, visando harmonizar o campo de atuação do Ministério de Minas e Energia e do CNPE.
Atualmente, o Brasil já realiza intercâmbios internacionais de energia elétrica com a Argentina, o Uruguai e o Paraguai, por meio da Usina Hidrelétrica Binacional de Itaipu. Com a retomada do intercâmbio de energia com a Venezuela, o país reforça sua integração no continente, buscando promover o uso de fontes limpas e sustentáveis para o abastecimento energético e reduzindo custos de atendimento aos sistemas isolados.