Um grupo especial do governo federal irá avaliar a viabilidade ambiental da BR-319, rodovia que liga Manaus a Porto Velho (RO), que tem mais de 400 quilômetros de extensão no chamado trecho do meio sem asfalto há mais de 30 anos. O anúncio foi feito pelo presidente Lula durante entrevista a radialistas da região amazônica na manhã desta quinta-feira (3).
De acordo com Lula, o grupo especial será criado por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Detalhes sobre a composição e implantação do grupo não foram informados pelo presidente.
“Ao invés da gente colocar de forma precipitada ou a gente dizer que não vai colocar, decidimos construir um grupo especial para dar a palavra definitiva. A gente pode ou não pode fazer a BR-319? Quais são os problemas que a gente vai criar de verdade? E o que a gente pode evitar? Na minha opinião, você pode montar pontes de fiscalização, até colocar gente das forças do armadas, tomar conta da floresta, evitar que haja transtorno, invasão, garimpeiro, madeireiro, ou seja, o que nós precisamos é dar garantia à sociedade do que a gente vai fazer”, declarou Lula.
O presidente ressaltou, ainda, a importância dos estudos de impacto ambiental para a liberação de obras na rodovia, que poderá voltar a ser utilizada para escoamento de produção. E disse temer sanções internacionais em relação às exportações de alimentos realizadas pelo Brasil em caso de decisões precipitadas.
“O Brasil é um grande exportador de alimentos sobretudo para o mundo e não queremos que haja qualquer veto às exportações brasileiras por conta de decisão precipitada”, reiterou.
Com mais de 400 quilômetros de extensão, o chamado trecho do meio da rodovia federal é considerado o mais problemático. Além dos problemas de infraestrutura, duas pontes colapsaram sobre os rios Autaz-Mirim e Curuçá na BR-319. Os desabamentos ocorreram no dia 28 de setembro e 6 de outubro, respectivamente.
Fronteiras
Sobre a segurança nas fronteiras da Amazônia, o presidente afirmou que pretende instalar uma base de operações da Polícia Federal (PF) em Manaus. A finalidade é coordenar ações de combate aos crimes ambientais na região, envolvendo outros países da Amazônia.
“Para que a gente possa atuar em conjunto com todos os estados. Vamos fazer convênios com os países fronteiriços para combater o crime organizado, ao narcotráfico, garimpo ilegal, madeireiros ilegais”.
Agenda em Parintins
Nesta sexta-feira (04), Lula cumprirá agenda no município de Parintins (a 360 quilômetros de Manaus). Ele voltará à Ilha Tupinambarana para lançar o programas Energias da Amazônia e Descarbonização da Amazônia, além de inaugurar a linha de transmissão que conecta a cidade do baixo Amazonas ao Sistema Interligado Nacional de Energia Elétrica (SIN), além de assinar a ordem de serviço para a execução da obra do Linhão de Tucuruí, que vai interligar Manaus a Boa Vista.
“Vamos interligar todos os estados brasileiros num sistema único. Depois nós vamos pegar a linha hidrelétrica de Guri, na Venezuela, que funcionava e parou, vamos reinaugurá-la para que a gente possa interligar o país com a América do Sul. Com essa inauguração estamos economizando 500 milhões gastos em óleo diesel e vamos fazer com que o país economize 12 bilhões de reais”, anunciou o presidente.