O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revelou que a primeira-dama, Rosângela “Janja” Lula da Silva, o convenceu a proibir o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no 8 de janeiro. A data foi marcada pelas invasões das sedes dos Três Poderes.

“Foi a Janja que me alertou: ‘Não aceita GLO, porque GLO é tudo que eles [militares] querem, é tomar conta do governo’”, disse Lula, em entrevista a um documentário do programa Fantástico, da TV Globo. “Se eu dou autoridade para eles, eu dou o governo para eles.”

Segundo o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), ao mesmo documentário, Janja foi “enfática” ao rejeitar a possibilidade de GLO. “Quando se abre o debate sobre a GLO, a Janja fica de pé e fala: ‘GLO não, porque isso é entregar [o governo] para os militares’”, descreveu Silva.

Lula acusou Jair Bolsonaro de provocar o 8 de janeiro

Anteriormente, no sábado 6, Lula afirmou que a culpa dos atos é do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). De acordo com o petista, Bolsonaro planejou e “se escondeu”, ao deixar o Brasil antes de terminar o mandato, em 2022.

“Eu acredito que tem um responsável direto, que planejou tudo isso e que, covardemente, se escondeu e saiu do Brasil com antecedência, o ex-presidente da República”, disse Lula ao Metrópoles.

Lula também afirmou que Bolsonaro não aceitou a vitória do petista nas eleições presidenciais de 2022. “É sabido que ele não aceitou a nossa vitória”, declarou.

“É sabido que ele tentou desmoralizar, o tempo inteiro, a Justiça Eleitoral. Que ele tentou desmoralizar todas as instituições possíveis. Ele planejou isso, covardemente, e não teve coragem de assumir. Saiu e deixou os mandantes dele para cumprir o que fez.”