O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) em razão da crítica feita por Gayer à fala do presidente Lula (PT) sobre sua motivação para nomear a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), companheira de Lindbergh, para chefiar a Secretaria de Relações Institucionais (SRI).
Ao comentar no X a fala em que Lula disse ter escolhido “mulher bonita” para a SRI com o objetivo de melhorar a relação com o Congresso, Gayer questionou Lindbergh se ele aceitaria que “o seu chefe oferecesse sua esposa para o Hugo Motta e Alcolumbre como um cafetão oferece uma GP”.
Na queixa-crime apresentada ao STF contra Gayer, Lindbergh acusa o deputado de calúnia e difamação. Lindbergh ainda pediu que fosse aplicado o triplo da pena por causa do “alcance da ofensa” feito nas redes sociais, o que, segundo Lindbergh, intensificou a dano à sua imagem e honra.
Na representação criminal enviada à PGR, Lindbergh pediu a “determinação imediata de restrição do representado no uso das suas redes sociais e mídias publicitárias”. Lindbergh também pede que seja aberta uma investigação por parte Ministério Público para apurar a conduta de Gayer.
As representações de Lindbergh congra Gayer foram feitas na segunda-feira (17).
“Mulher bonita”
No dia 12 de março, ao discursar durante um evento com a presença dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP); da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB); ministros e parlamentares, o presidente Lula disse ter escolhido “mulher bonita” para a SRI com o objetivo de melhorar a relação com o Congresso.
“É muito importante trazer aqui o presidente da Câmara e o presidente do Senado. Porque uma coisa, companheiros, que eu quero mudar, estabelecer a relação com vocês… Por isso eu coloquei essa mulher bonita para ser ministra de Relações Institucionais, é que eu não quero mais ter distância entre vocês”, disse o petista na quarta-feira (12).,
Comentários de Gayer
Ao comentar a fala do presidente, além da publicação em que marcou o deputado Lindbergh, Gayer fez outro post, que foi apagado em meio à repercussão negativa, onde afirmava: “Me veio a imagem da Gleisi, Lindbergh e Alcolumbre fazendo um trisal. Que pesadelo”.
Diante da repercussão, Gayer voltou ao X para explicar seus comentários. Em nota, disse que foi “único parlamentar de direita que saiu em defesa” de Gleisi da “fala extremamente machista e misógina” do presidente Lula (PT).
Gayer ainda mantém em seu perfil no X uma publicação em que diz: “É impressão minha ou Lula ofereceu a Gleisi Hoffmann como um cafetão oferece sua funcionária em uma negociação entre gangues”.
De acordo com a Folha de São Paulo, no dia 13 de março, Gayer falou com Motta e teria enviado um áudio para Alcolumbre “esclarecendo os fatos”.
Reações
Ao reagir ao comentário de Gayer, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou que avalia pedir a cassação do deputado Gustavo Gayer (PL-GO) ao Conselho de Ética por quebra de decoro.
No dia 14 de março, o PT apresentou ao Conselho de Ética da Câmara uma representação contra o deputado Gustavo Gayer por quebra do decoro parlamentar.
A nova ministra da SRI, a deputada Gleisi Hoffmann, minimizou a fala de Lula e atacou os críticos do presidente. De acordo com Gleisi, a fala está sendo usada por “oportunistas tentando desmerecer Lula”. Segundo a nova ministra, “gestos são mais importantes que palavras”.