Hamilton César Lima Bandeira, 23, foi morto a tiros por policiais civis em uma casa na cidade de Presidente Dutra, no interior do Maranhão. A morte ocorreu horas depois de o jovem ter feito uma postagem em rede social desejando “boa sorte” para o serial killer Lázaro Barbosa, procurado por diversos crimes em Goiás.
Na publicação, o rapaz dizia ainda que era fã de Lázaro. O caso ocorreu na última sexta-feira (18) e os policiais foram afastados do cargo nessa segunda-feira (21), após denúncias da família. Os pais de Hamilton contam que o filho foi executado na frente do avô de 99 anos. O idoso descreveu com detalhes como tudo aconteceu:
“Eles perguntaram quem estava na casa, e eu disse que era eu e o Hamilton. Foi quando eles [policiais] entraram. O Hamilton levantou da cama, segurou na cortina e foi olhar. Aí eles atiraram, ele caiu morto aqui nos meus pés”, disse o homem em entrevista ao Uol.
A mãe da vítima relata que os policiais invadiram a casa sem mandado judicial. Os policiais contam uma versão diferente e dizem que só atiraram no rapaz porque ele tentou atacá-los com uma faca.
Eles afirmam ainda que por Hamilton ter cometido apologia ao crime e ter sido flagranteado, não havia necessidade de mandado para que eles o prendessem. Os agentes também alegam que não houve invasão e que foi o avô quem abriu a porta para eles.
A família pede justiça pela morte de Hamilton e justifica a postagem como um ato inconsciente já que a vítima sofria de transtornos mentais: “Ele ficava falando essas coisas, mas não era agressivo. Ele tomava remédio controlado e antidepressivos e sofria com transtorno de ansiedade. Tinha 23 anos, mas era como se fosse um menino de 12. Não tinha maldade. Gostava de brincar jogando bola com as crianças menores”, diz a mãe.
O caso está sob investigação e é acompanhado pelo Ministério Público e Direitos Humanos. Na semana passas, duas denúncias do mesmo teor contra policiais também foram registradas. A primeira foi da esposa de Lázaro também que procurou a mídia para revelar que foi torturada pela polícia para entregar o paradeiro do assassino.
A outra foi da presidente de um terreiro de candomblé de Goiás, que alega que agentes invadiram o lugar sagrado e a ameaçaram de estar escondendo o fugitivo.