O Tribunal de Justiça de Goiás condenou na quarta-feira 7 o médium João de Deus a mais de 109 anos e 11 meses de prisão por oito crimes de estupro de vulnerável e 26 violações sexuais mediante fraude.
A Justiça ordenou ainda o pagamento de indenizações por danos morais de até R$ 100 mil às vítimas. As denúncias contra João de Deus por crimes sexuais cometidos durante atendimentos espirituais já somam 15 casos que teriam acontecido na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia.
Apesar da decisão do juiz Marcos Boetchat Lopes Filho, da comarca de Abadiânia, o médium vai seguir em prisão domiciliar, sendo monitorado por uma tornozeleira eletrônica. A condição foi determinada pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO).
A defesa de João de Deus afirmou que vai “recorrer das sentenças uma vez que os documentos desconsideraram aspecto relevantes dos argumentos apresentados pela defesa”, como “a inobservância do prazo decadencial de seis meses para a representação da vítima”.
A nova sentença levou em consideração os relatos de 42 vítimas que, segundo as investigações da promotoria, foram molestadas entre 1985 e 2018. As mulheres que denunciaram os abusos estão localizadas nos Estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Maranhão, Goiás, Santa Catarina, Mato Grosso e Espírito Santo.
Em novembro de 2021, as condenações de João de Deus pela Justiça brasileira já somam 109 anos e seis meses. Pelo estupro de quatro mulheres, foram acrescentados 44 anos de prisão. Das vítimas, a lei considerou duas como pessoas vulneráveis na época. A sentença havia determinado também o pagamento de indenizações. As quantias variam de R$ 20 mil a R$ 75 mil.