Isabelle Nogueira, de 32 anos, está a todo vapor para o 58º Festival Folclórico de Parintins, que acontece nos dias 27, 28 e 29 de junho. Em conversa a cunhã-poranga do Boi Bumbá Garantido, que ganhou destaque no BBB 24, contou como este ano tem conseguido se dedicar completamente à festa amazônica.
Em 2024, a dançarina e influenciadora saiu do reality show em meio a uma série de compromissos profissionais, organização da nova carreira sendo conhecida nacionalmente e o seu compromisso maior, o festival se aproximando com toda a visibilidade que ela deu ao evento durante o programa.
“Ano passado foi realmente uma grande loucura tribal, como eu falo. Saí do Big Brother muito eufórica, muito feliz, extasiada. Saí também doente. Saí com anemia e com a gastrite muito atacada. E já entrei no outro grande compromisso e responsabilidade que é o Festival Folclórico de Parintins. Mas, graças a Deus, tudo deu certo e nós conseguimos conciliar e fazer um trabalho digno e bonito”, lembrou.
Para este ano, que o evento chega à 58º edição, ela está mais estabilizada. “Agora, com o meu festival, está até mais tranquilo e flexível que ano passado. Porque realmente foi um êxtase de emoções e compromissos. A gente está conciliando. Também tenho minha agenda com meus compromissos fora do Amazonas, então viajo muito, mas ensaio, treino, faço reunião até de madrugada para não perder o foco e o compromisso que é com as três noites do Festival de Parintins”, completou a agora cidadã parintiense.
Com uma agenda organizada por sua equipe, ela garante entregar tudo. “Encaixo como dá. Nesse momento, realmente, meu foco mesmo é no trabalho, mais do que nunca”, completou. A influenciadora ficou solteira no início do ano após o fim do término com Matteus Amaral. O romance começou ainda no confinamento do reality show e seguiu por todo o ano de 2024.
Temporada bovina
A temporada bovina, como é chamado o período de ensaios e eventos oficias que prece o festival, está a todo vapor tanto em Parintins quanto em Manaus. Os bois reúnem suas torcidas em seus currais e esquentam o público para o que vão apresentar no Bumbódromo.
Para Isabelle, que este ano se apresenta ao som da toada A Deusa das Águas, que fala sobre uma entidade que “pune quem polui o rio a água”. “Treino, ensaio, durmo, descanso, que faz parte da minha preparação. Por mais que a minha agenda seja um pouco apertada e corrida, encaixo até de madrugada, se tiver que encaixar”, disse.
A roupa que ela usará este ano é escolhida pela diretoria do boi, mas ela destacou que confia completamente no que está sendo preparado. “Estou muito feliz e empolgada com tudo que o Garantido propõe pra gente esse ano. Tem coisas na arena que eu não posso meter o dedo, né? Chego até um limite. Nas festas consigo me envolver, nos ensaios técnicos, mas no festival mesmo não consigo palpitar tanto”, explicou.
Povos ancestrais
Em 2025 o Boi Bumbá Garantido vai, nas três noites de evento, mostrar como os povos originários e tradicionais se conectam para formar as populações da maior floresta do tropical do mundo. “Muitos povos formam os povos da Amazônia e o Festival Folclorico de Parintins é uma aula lúdica de história. A gente conta um pouco, a partir da percepção do povo caboclo, do povo da Amazônia, a história da Amazônia, de uma forma mais divertida”, indicou.
A história do Quilombo da Baixa da Xanda, que é o território negro onde o Garantido surgiu, será contada no Bumbódromo. “Estamos falando do povo negro da Amazônia. De povos que formam a Amazônia. E que em muitos momentos podem até ser invisibilizados, camuflados por um olhar das pessoas que não são da Amazônia não querem enxergar”, acrescentou.
“É mais do que justo falar, apresentar o povo negro, o povo preto, o povo da resistência, que faz parte dessa formação. Obviamente ali, em maioria, o nosso sangue é indígena. A nossa resistência, a nossa mãe, primeira mãe indígena. Mas o povo negro é um dos povos que compõem a resistência do povo amazônida, genuinamente do Brasil”, completou.
Parintins x Carnaval do Rio
Este ano, Isabelle estreou como musa da Grande Rio no Carnaval do Rio de Janeiro. “Vivi uma imersão cultural única, surreal, fantástica, que não tem comparação com nenhuma outra manifestação cultural. Acho que todas as manifestações culturais têm a sua força, o seu poder e a sua história. O que mais tiro de aprendizado é algo que já sabia, mas na minha visão de Parintins. As manifestações culturais precisam do combustível que somos nós. De mim, de você. Somos uma gota nesse oceano que forma essa grande imersão”, apontou.
A Grande Rio, escola de samba que ela desfilou, homenageou o Pará, que por muitos é considerado o início da região Amazônica. “Muitas famílias vivem do Carnaval, o seu dinheiro, a comida na mesa, depende dessas manifestações culturais. Vai muito além da beleza, da exposição do corpo, da mídia, do hype. Essas manifestações culturais são uma questão de comida na mesa do povo brasileiro. É uma festa de resistência, que hoje alcançou a elite, mas chegou nessa elite porque um povo muito sofrido, um povo que sofreu, lutou para essa festa resistir”, completou.
Festival da Cunhã
Além do trabalho como cunhã-poranga em Parintins, Isabelle vai levar uma série de influenciadores e artistas para conhecerem a cultura Amazônica nos dias 22, 23 de maio. Já no dia 24, na Arena da Amazônia, ela recebe os convidados e para um grande evento com shows de artistas locais e a dupla Maiara e Maraisa.
A influenciadora conta que a escolha pelas sertanejas se deu para que elas também se conectarem com a cultura local. “Analisei uma questão estratégica, de reverberar para todos os públicos a sustentabilidade, que é o apelo do evento, e trazer artistas que ainda não têm imersão na Amazônia de fato. As meninas não vêm aqui tem dois anos e o povo amazonense gosta muito delas. Além de eu presentear Manaus com elas, também é uma forma de impactar elas com o propósito do nosso evento”, explicou.
Além das sertanejas, também se apresentam George Japa, Marcia Siqueira, Hadail Mesquita, Dyakapiro, Zona Tribal, Mady e Seus Namorados, Israel Paulain, Aya, Uendel Pinheiro, Rafa Militão e Edilson Santana. “São artistas e que sempre investem nas suas carreiras e querem uma oportunidade. Foi muito difícil escolher os artistas daqui, confesso, porque são artistas muitos bons”, apontou.
Isabelle tem participado de todas as etapas da organização do evento e até descobriu uma nova caraterística com o trabalho. “Tudo tem meu nome, e confesso que não sabia, mas agora acho que sou centralizadora. Desde os influenciadores e artistas que serão convidados, os artistas que vão cantar, até a agência de viagem para trazer eles, os clientes que a gente convidou para patrocinar o evento… Tudo, absolutamente tudo passa por mim”, concluiu.
*Com informações revistaquem