Três escolas municipais de Manaus dispensaram as aulas das crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) para que a irmã do prefeito David Almeida (Avante) e titular da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Dulce Almeida, realizasse uma reunião com mães atípicas e servidores na terça-feira (24) para pedir votos para o irmão, que concorre à reeleição.
As aulas foram suspensas simultaneamente em três unidades de ensino: a Escola Municipal Magnólia Frota, na Cidade Nova; o CMEEI Delano Almeida, no bairro Flores; e o CMEE Yumi Odani, no bairro Parque 10 de Novembro. As mães e os servidores foram transportados em micro-ônibus até o evento.
Durante o encontro, ficou claro que se tratava de um comício para mães e servidores. No local, foram distribuídos materiais gráficos da campanha de David Almeida, e o uso de micro-ônibus para o transporte das famílias foi evidenciado, junto com promessas de construção de novas escolas para crianças autistas.
Uma das mães presentes no evento afirmou que foram convocadas para uma reunião a fim de discutir questões relacionadas às crianças nas escolas, mas se depararam com um comício. “A gente chega aqui em uma convenção dessa, que acredita que será ouvido, mas o pessoal vem rasgar seda. A gente vai a uma policlínica buscar atendimento para os nossos filhos e não tem neuro, não tem terapia com psicólogo, não tem fono. Vim da Cidade Nova achando que iriam trazer soluções para os nossos filhos, e estou saindo daqui frustrada, pois deram apenas um pacote cheio de panfletos para a gente distribuir”, declarou.
Segundo um professor municipal que preferiu não se identificar, a equipe de avaliação que atende as crianças autistas e deficientes nas escolas municipais foi dispensada para participar da reunião. Isso gerou revolta entre muitos pais, já que alguns atendimentos também foram suspensos.
Conforme a Lei da Ficha Limpa, entre as condutas ilícitas praticadas nas campanhas eleitorais que podem levar à inelegibilidade do candidato por oito anos, está o abuso de poder político, que é o uso indevido de cargo ou função pública (como o de secretária ou prefeito), com a finalidade de influenciar o pleito eleitoral de forma ilícita, desequilibrando a disputa.
*Com informações são do Radar Amazônico.