Aproximadamente quinhentos professores da rede municipal de educação realizaram, na manhã desta quarta-feira (20), um protesto em frente à sede da Prefeitura de Manaus, localizada na avenida Brasil, bairro Compensa, zona oeste da capital, para cobrar respostas do prefeito David Almeida (Avante) sobre o não pagamento do abono do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
No local, os professores fecharam as imediações da avenida Brasil, levaram faixas e cartazes para cobrar respostas de David Almeida e da secretária municipal de Educação e irmã do prefeito, Dulce Almeida.
David Almeida afirmou, durante evento realizado nessa terça-feira (19) no Shopping Phelipe Daou, na zona leste de Manaus, que “a prefeitura recebeu uma quantidade menor de recursos este ano em comparação ao ano anterior, o que não permitiu o pagamento do abono aos educadores”. Em consulta ao site do Tesouro Nacional, a redução alegada pelo prefeito é de apenas 5%.
No ano de 2022, a prefeitura teria recebido o valor de R$ 1,32 bilhões, no montante total de transferências feitas pela União para repasse do Fundeb. Para o ano de 2023, a prefeitura recebeu R$ 1,25 bilhões. Em entrevista, o educador Jonas Ojuara criticou a postura do prefeito David Almeida com relação ao pagamento do Fundeb.
“A grande questão é, a categoria brigou, durante a campanha salarial, para ter um ganho real de reajuste com o recurso do abono do Fundeb. No meio do ano, falou que ia pagar um grande abono, e agora no fim do ano, fala que não tem recurso. Houve um aumento no repasse do Fundeb para a Prefeitura de Manaus, são R$ 74 milhões a mais que ano passado. Agora o prefeito diz que não tem recurso. Essa conta não bate e não fecha. Essa luta é de todos os trabalhadores da educação”, disse.
O vereador Rodrigo Guedes (Cidadania) esteve no local em apoio aos profissionais da rede municipal de educação. Ele pediu apoio dos demais parlamentares da Câmara Municipal de Manaus (CMM) sobre a manifestação dos professores.
“A prefeitura deixa os professores sem o abono do Fundeb. Não teve déficit, a Câmara (Municipal de Manaus) não pode ficar calada e deve se manifestar. Não é porque está em recesso que deve se omitir dessa reivindicação tão importante que não é dos professores, mas envolve pedagogos, técnicos administrativos, merendeiros e merendeiras. Enfim, todos que trabalham na Secretaria Municipal de Educação. Na volta do recesso, vou apresentar um ofício indagando a Lei de Acesso à Informação. Irei falar com o presidente Caio André para dar uma manifestação oficial. Ela tem que fazer o seu papel, que é cobrar e investigar, já que se trata de um recurso federal”, falou.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Educação (Semed), mas até a publicação desta matéria, não houve resposta. O espaço está aberto para esclarecimentos.
*Com informações radaramazonico