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Indígenas de Humaitá anunciam bloqueio da BR-230 em protesto contra o PL 490/2007

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Bloqueio foi anunciado na sessão desta terça, da Câmara de Humaitá.

Humaitá(AM) – Um grupo de indígenas liderados pelo líder Ivanildo Tenharin, participou nesta terça-feira(30), da sessão ordinária da Câmara Municipal de Humaitá, onde anunciaram um bloqueio pacífico e temporário da BR-230, a partir desta terça, em protesto contra a apreciação do PL 490/2007, que trata da demarcação de terras indígenas.

Usando a tribuna da Câmara, Ivanildo Tenharin, que também ocupa o cargo de Secretário Municipal dos Povos Indígenas, falou da preocupação das populações indígenas quanto ao Projeto de Lei 490/2007.

“Sabemos que se aprovado esse Projeto trará grandes dificuldades para os indígenas de todo o Brasil, que precisam do reconhecimento de suas terras”,

disse o líder Tenharin.

O grupo de indígenas não informou qual o local do bloqueio e quando se inicia, entretanto, deve se localizar ao longo da Transamazônica, no sentido do município de Apuí, onde estão localizadas várias aldeias.

Se aprovado, o PL condiciona a demarcação das terras tradicionais à presença física dos indígenas nas respectivas áreas em 5 de outubro de 1988.

TRAMITAÇÃO

A Câmara dos Deputados pode votar nesta terça(30), o marco temporal de demarcação. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já anunciou que a análise do marco temporal deve ocorrer nesta terça-feira (30).

Por 324 votos a favor e 131 contra, a Câmara aprovou o regime de urgência para o projeto do marco temporal, que determina que só serão demarcadas as terras indígenas tradicionalmente ocupadas por esses povos em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição.

O relator da proposta, deputado Arthur Oliveira Maia (União-BA), defendeu a aprovação do texto. Uma nova versão ainda será negociada com os líderes partidários.

“É inaceitável que ainda prevaleça a insegurança jurídica e que pessoas de má-fé se utilizem de autodeclarações como indígena para tomar de maneira espúria a propriedade alheia, constituída na forma da lei, de boa-fé e de acordo com o que estabelece a Constituição brasileira”,

disse o relator.

A urgência foi aprovada sob protesto das bancadas do Psol, da Rede, do PT, do PCdoB e do PV. A deputada Célia Xakriabá (Psol-MG) afirmou que a Câmara não deveria analisar a questão antes da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema.

“O PL 490/07 quer transformar em lei a tese do marco temporal, que está prestes a ser julgada no STF. E ainda há 14 projetos de lei de retrocesso apensados a ele, abrindo os territórios dos povos indígenas de isolamento voluntário”,

criticou.

O julgamento do STF sobre o marco temporal está marcado para o dia 7 de junho. Os ministros vão decidir se a promulgação da Constituição Federal deve ser adotada como parâmetro para definir a ocupação tradicional da terra por indígenas. O relator da ação, ministro Edson Fachin, votou contra a tese do marco.

*Com informações da Agência Câmara de Notícias

Foto:Anderson Carneiro (Câmara Municipal de Humaitá).