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“INCÊNDIO POLÍTICO” O Amazonas, hoje uma das regiões estratégicas do planeta, está sob incêndio.

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O que determina a eleição não é a aprovação do início da campanha. Rejeição, sim, é decisiva para definir resultados.

POR EDILSON MARTINS

Eduardo Braga, líder do MDB no Senado – hora afaga, outra não,a mão do capitão, quase beija a mesa – quer voltar a governar o Amazonas. Ora, ora, pois, pois, quem não quer Uma delícia. Pode dar com os burros n’água. Sua rejeição é ostensiva.

O que determina a eleição não é a aprovação do início da campanha. Rejeição, sim, é decisiva para definir resultados. O amor é volúvel, lembra nuvens em dia de tempestade. Hoje beija, amanhã não beija. A rejeição não, é cristalina, prima legítima do ódio, não se dissipa ao sabor dos ventos. O que um marido traído sente, ou esposa, depois do abandono, é quase sempre ódio. Ele não se apaga facilmente.

O atual governador, Wilson Lima, eleito na onda bolsonarista, e seu lambe-botas, acusado de corrupção por todos os lados, com dinheiro saindo pelo ladrão – não me venham com trocadilhos – quer ser reeleito. Não emplaca. Rejeição altíssima, principalmente na capital, metade do eleitorado. Aposta nos prefeitos, grana ele tem, mas essa gente não vale um tostão furado.

Amazonino pinta nas paradas como o melhor avaliado. É quase sempre assim. Cavalo paraguaio. Conta com um nicho do eleitorado cristalizado, cerca de 17%, o que já é um enorme ganho, na saída, e blogs venais. O mais conhecido da cidade, canta, adula, pateticamente os feitos passados do Negão. É de fazer rir, não fosse imoral. A que preço, Deus do céu. Amazonino – voo de galinha; baixo, curto e barulhento. Certo, não existem blogs independentes fora do eixo Rio/SP. E, no entanto, Amazonino está bichado, vai para o 2o turno mas sua canoa termina fazendo água. E nela ele naufraga. Tem sido assim.

O candidato de Bolsonaro, é o que se diz, um coronel que dirigiu a Suframa, Alfredo Menezes, sonha com a governança do estado. Mas Bolsonaro no estado já não deve ser o mesmo, já não tem a mesma pele. É o que se imagina por tudo o que aprontou e continua aprontando. De mito, virou mitômano. Se tiver juízo, esse bravo coronel de pijamas, correrá atrás de uma Cadeira na Câmara dos Deputados. E olhe lá.

Se o senador Plínio Valério, o mais votado em 2018 – quase o dobro do 2o na eleição passada, no caso Eduardo Braga – conseguir recursos, tudo será possível, até porque nunca teve cargo executivo. Portanto, rejeição palatável. O partido dele é o PSDB que pertence ao latifúndio de Virgílio, cacique com validade vencendo, com o qual se encontra em rota de colisão. Pode surpreender, quem sabe levar, desde que profissionalize a campanha.

Para o Senado, agora em 22, apenas uma vaga, disputada a ferro, brasa e fogo por Omar Aziz e Artur Virgílio. Aziz tinha derretido com a prisão da família, mas a CPI da Covid o tirou da porta do prédio da Polícia Federal. Um alívio. Hoje é uma referência nacional e qual eleitor não tem orgulho de ver seu político regional celebrado pela opinião pública do país? Seu adversário, Artur Virgílio, derreteu, quase barata pulverizada por spray de mata carapanã. Pagou mico recentemente no Congresso do PSDB. Tem o filho da atual paixão, enteado, a famosa Betinha – paixão de velho não é brincadeira – com tornozeleira eletrônica no mocotó. Sua administração na prefeitura, dois mandatos seguidos, o 2o regido por dona Betinha, foi um desastre.

Manaus é uma das cidades – para a população – pior governadas e mais agredidas do país por seus prefeitos e governantes. O prefeito atual de Manaus, David de Almeida, super bem avaliado, seria uma candidatura arrasa quarteirão, dizem os botecos e shoppings da capital. E, no entanto mais vale uma cambaxirra na mão que duas sabiás-laranjeira voando.

Portanto, um dos quatro estados brasileiros de maior concentração industrial, o Amazonas, cujos olhos do planeta à região se volta, está quase à deriva, um “faroeste” na maior bacia de água doce do mundo, sob labaredas de fogo político. Metade da área territorial do país encontra-se na Amazônia, não menos sua riqmueza. Já a gerência desses estados é de fazer chorar.

Embora o povo, por memória viva das populações indígenas exterminadas ou subjugados, é o que existe de melhor, comparado com o resto do país. O povo, não sua elite. No Amazonas – foto do jovem Artur com o já quase velho boto tucuxi, Mestrinho – até o passado é imprevisível.