Após a Justiça Federal do Amazonas determinar a devolução da capivara “Filó” ao influencer Agenor Tupinambá, o Ibama voltou a afirmar que o tiktoker não é ribeirinho.
O analista Roberto Cabral, fiscal do órgão, lista mais animais silvestres criados por Agenor e diz que dois deles, incluindo outra capivara, chegaram a morrer.
“Não se trata apenas de uma capivara a discussão sobre isso. Se trata de outra capivara, que teria morrido; de duas preguiças, sendo que uma delas morreu; de duas jiboias; de uma paca; de uma arara; dois papagaios; uma coruja; uma aranha”, afirmou.
“Ou seja, uma série de animais que foram explorados de forma ilegal para se conseguir likes na internet.”
O fiscal reforçou que Agenor Tupinambá não é ribeirinho. “Se trata de um influencer e não de um ribeirinho”, afirmou. “Ele é um fazendeiro, é um biombo herdeiro. Não é uma pessoa hipossuficiente [se, recursos econômicos]. É um influencer com milhares de seguidores”, completou.
Roberto Cabral destacou que o influencer possui assessoria de marketing e jurídica. “Não é uma pessoa que desconhecia leis”, afirmou.
Ainda segundo o fiscal, Agenor estuda agronomia em Manaus, onde há unidade do Ibama. “Então, ele poderia, em algum momento, já procurado o Ibama e já entregue os animais”, ressaltou.
O animal havia sido entregue para o Ibama na quinta-feira (27). No sábado (29), a Justiça Federal determinou a devolução ao influencer, que pegou a capivara de volta no domingo (30).
Conforme a decisão, assinada pelo juiz federal Márcio André Lopes Cavalcante, Agenor poderia levar a capivara para o seu habitat natural, desde que comprovasse que o transporte seria em meios seguros, o que deveria ser atestado por um veterinário e/ou biológo.
“Enquanto não se efetiva o transporte de Filó, ela deverá permanecer no Zoológico do Tropical Hotel, considerando que o autor informa já ter obtido o aval do RT Biólogo Ricardo dos Santos Amaral”, escreveu o magistrado.
Ainda segundo ele, Agenor deverá informar ao juízo periodicamente as condições de saúde do animal, devendo também ser facultado livre acesso dos órgãos ambientais para a fiscalização da capivara.
*Com informação G1