A Prefeitura de Humaitá declarou estado de emergência nesta quarta-feira (19) devido à elevação do nível do rio Madeira, que atingiu 23,19 metros. O volume da água se aproxima da marca histórica registrada em 2014, quando o rio alcançou 25,63 metros, provocando grandes danos na região.
O decreto municipal, aprovado na segunda-feira (17), alerta para os impactos severos da enchente, que já causa prejuízos significativos à população. As inundações afetam diretamente a agricultura, com grandes perdas na produção rural, além de comprometer a saúde pública devido ao risco de doenças transmitidas pela água contaminada. Outra preocupação está relacionada ao acesso das crianças à educação, já que diversas escolas ribeirinhas encontram-se alagadas, impossibilitando a continuidade das aulas.
Diante do cenário de calamidade, a prefeitura declarou não possuir recursos suficientes para enfrentar os danos causados pela cheia sozinha. Por isso, o estado de emergência, que terá validade de 180 dias, permite que o município solicite apoio financeiro e logístico dos governos estadual e federal para prestar assistência às famílias atingidas.
Entre as ações emergenciais que serão implementadas estão a distribuição de alimentos, colchões, água potável e a instalação de abrigos temporários para os desabrigados. A defesa civil local e outras instituições estão mobilizadas para monitorar a situação e garantir a segurança da população.
Cenário
A atual situação em Humaitá contrasta fortemente com os últimos dois anos, nos quais o município enfrentou crises hídricas devido à estiagem severa. Em setembro de 2023, Humaitá foi incluída em um decreto do Governo do Amazonas que previa investimentos de R$ 100 milhões para os municípios atingidos pela seca extrema.
Em agosto de 2024, a cidade voltou a declarar situação de emergência devido à estiagem, quando o rio Madeira registrou um dos seus menores níveis da história. No mês seguinte, em setembro, o Governo do Amazonas declarou novamente estado de emergência para diversas regiões do estado, incluindo o Sul do Amazonas e a Região Metropolitana de Manaus, que sofriam com incêndios florestais e a escassez de chuvas. Mais uma vez, Humaitá esteve entre os municípios afetados.