Conceder milhares de hectares de florestas desmatadas para a iniciativa privada. Esta é a medida estudada pelo governo federal e pelo estado do Pará e deve ser colocada em prática nos próximos meses.
O objetivo é que as empresas restaurem estes ambientes e, em troca, possam faturar mais de R$ 1 bilhão com a venda dos chamados créditos de carbono. Além de rentável, esta é uma opção para preservar o meio ambiente.
Cerca de 350 mil hectares de florestas podem ser entregues
Até agora, os créditos de carbono eram gerados em áreas privadas arrendadas ou compradas pelas desenvolvedoras, sem interferência pública. No entanto, a partir do novo modelo, eles poderão ser gerados em áreas públicas, desde que parte do faturamento com a venda dos créditos vá para os governos.
No caso do Pará, por exemplo, as desenvolvedoras de crédito de carbono interessadas em assumir um projeto em Altamira têm até o final de março para enviar seus lances. Vencerá a licitação quem oferecer a maior outorga variável. Pelo menos três empresas já manifestaram interesse na área do projeto, chamada de Unidade de Recuperação Triunfo do Xingu (URTX), de 10 mil hectares.
Já o governo federal vai lançar neste semestre o edital para conceder 15 mil hectares da Floresta Nacional do Bom Futuro, em Rondônia. O governo Lula quer entregar até o ano que vem cerca de 350 mil hectares de floresta pública para a iniciativa privada.
Falta de segurança é um problema
- O modelo é considerado arriscado pelas principais empresas do mercado, embora não seja necessário comprar as propriedades.
- Os riscos começam pelas características das áreas concedidas, muitas vezes remotas e cercadas de grileiros e madeireiros.
- As companhias questionam a capacidade de os governos garantirem a segurança destes locais.
- A localização dessas áreas também preocupa.
- Em caso de incêndio, por exemplo, pode demorar várias horas até que os bombeiros consigam chegar ao local.
- As informações são da Folha de São Paulo.