A ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, recusou a possibilidade de um acordo com o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), sugerida pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Na última sexta-feira, 25, a PGR enviou uma proposta ao Supremo Tribunal Federal (STF), sugerindo uma audiência de conciliação entre Hoffmann e Gayer. A recomendação se dá devido a queixa-crime movida pela ministra, onde ela acusa o deputado de injúria e difamação.
“Como não se observou, no caso, a regra do art. 520 do CPP, que prevê a tentativa de reconciliação, antes do recebimento da queixa em crimes contra a honra, o Ministério Público Federal opina pela realização do ato”, diz o documento da PGR.
Gleisi Hoffmann ingressou com a ação judicial no Supremo após o parlamentar publicar, nas redes sociais, questionamentos ao líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), sobre a nomeação de Hoffmann na Secretaria de Relações Institucionais (SRI) do governo.
Na publicação, Gayer cita o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e diz que o presidente Lula agiu “como um cafetão” ao declarar que indicou uma “mulher bonita” para melhorar sua relação com o Congresso.
Os advogados da ministra alegam que a conduta do deputado é acentuada por seu grande engajamento nas redes, o que pode “aprofundar o cenário de violência política de gênero […] comprometendo a ordem pública e o Estado Democrático de Direito”.
Neste sábado, 26, Gleisi se manifestou afirmando que o pedido da PGR é “indigno”. “Não há conciliação possível com quem violentamente ofendeu a mim e minha família, com ataques misóginos, machistas, que alcançaram outras pessoas. Da Procuradoria-Geral da República se espera o cumprimento da lei”, escreveu a ministra em sua conta do X.