O desmonte do Boi Garantido após a derrota para o Caprichoso no Festival de Parintins aponta para uma crise de longo prazo. A saída em massa de artistas que compunham a base da agremiação e que ajudaram a construir a sua história nos últimos anos, é um sinal gravíssimo de que o futuro do Festival também está ameaçado.
Caprichoso e Garantido estão unidos umbilicalmente: sem um o ou outro não existe. Portanto, independentemente dos fatos que levaram à debandada é necessário um debate em torno do futuro do festival. É preciso que os “caprichosos azuis” se juntem aos “vermelhos garantidos” em busca de uma saída para a crise, que também exige ação do poder público – afinal o festival é a base da economia do município e muito esperado.
As decisões unilaterais tomadas pelo presidente do Garantido, sem ouvir associados e demais membros da diretoria, é outra questão que precisa ser discutida.
O Garantido, assim como o Caprichoso, não pertence a um presidente, a uma diretoria. É patrimônio de Parintins. E o festival é uma joia rara que que dá visibilidade nacional e internacional ao Amazonas.
Portanto, alguma coisa precisa ser feita e urgentemente. Preservar a identidade das duas agremiações é urgente, inclusive estimulando o retorno dos artistas que anunciaram a saída, decepcionados com os rumos tomados pela atual diretoria.